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Brasileiros se deram mal em Mônaco

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Por Agencia Estado
Atualização:

Rubens Barrichello tinha uma bolsa de gelo sobre o joelho esquerdo e Felipe Massa, o nariz inchado, depois da prova. Esse foi o retrato da participação brasileira na 60ª edição do GP de Mônaco, neste domingo. Para complicar, o finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, afirmou: "Sei que Rubens usa óculos, mas acho que ele está precisando de óculos mais fortes." Barrichello bateu na traseira de Raikkonen, na freada da chicane, na 40ª volta, fazendo-o abandonar. Enrique Bernoldi envolveu-se num acidente com Massa, mas não se feriu. "Perguntei a ele se estava louco. Isso aqui é Fórmula 1 e podemos nos machucar", disse Bernoldi. Os problemas de Barrichello começaram já no iníco da corrida. Segundo ele, o sistema automático de largada da Renault de Jarno Trulli e da McLaren de Kimi Raikkonen, ambos atrás dele no grid, funcionaram melhor que o da Ferrari e ele caiu de 5º para 7º. "Eu podia ser 2 ou 3 segundos mais rápido que eles, mas não tinha como passar", falou Barrichello. "Chegou uma hora que deixei Raikkonen um pouco mais à frente para ele achar que eu não tentaria ganhar sua posição", explicou. "De repente, na freada da saída do túnel, vi a chance e procurei superá-lo." Como Raikkonen iniciou a curva, não sobrou espaço para o brasileiro, que tocou com violência na sua traseira. Os dois voltaram devagar para os boxes. A Ferrari trocou o bico do carro de Barrichello e ele retornou à prova. A direção do GP de Mônaco o considerou culpado pelo acidente e o puniu com um stop and go de 10 segundos. Para piorar, quando regressava à pista, cometeu outra infração: excedeu o limite de 80 km/h na área dos boxes. "Estava tão irritado que sai com a marcha errada e naquela marcha o limitador de velocidade não funciona", explicou. Barrichello teve de voltar aos boxes para cumprir o drive-through, ou seja passar pela área dos boxes, mas sem parar. O piloto da Ferrari discordou da decisão dos comissários sobre o ocorrido com Raikkonen: "Acho que foi um acidente de corrida." A batida com o piloto da McLaren não afetou seu carro, a ponto de estabelecer na 68ª passagem a melhor volta do GP de Mônaco, com 1min18s023. Ele ainda disputou até a bandeirada o sexto lugar com Heinz-Harald Frentzen, da Arrows, mas sem sucesso. Acabou em sétimo. "É difícil aceitar tudo isso quando se tem carro para vencer", afirmou Barrichello. Felipe Massa, da Sauber, viveu o fim de semana mais difícil desde que estreou na Fórmula 1, na Austrália. O ato final do GP de Mônaco para ele foi um acidente que poderia ter sido bem mais sério. "Perdi o freio e só me restou tentar escolher o lugar menos ruim para bater", disse, com o nariz um pouco inchado e vermelho. Tonto - Na 66ª volta, a 12 do fim, Massa seguiu reto no fim da reta dos boxes e colidiu frontalmente na barreira de pneus, protegida por uma manta de borracha. "O impacto foi a 150 km/h", disse. "Fiquei tonto porque minha cabeça foi para a frente e bati com o capacete no volante, mas já estou pronto para outra." A equipe lhe informou que um jogo de pastilha se soltou da pinça. A explicação foi incompatível com a dinâmica do ocorrido. Antes de abandonar, Massa protagonizou outra situação estranha. Ele perdeu a 10ª posição para Enrique Bernoldi, na 28ª volta, na reta dos boxes. Mas poucos metros depois, da freada, o piloto da Sauber errou e tocou na traseira da Arrows de Bernoldi, empurrando-o junto consigo próprio para a pequena área de escape lá existente. "Se liga meu. Olha o jeito que você me fechou", disse-lhe depois o piloto da Arrows, quando Massa o procurou para pedir desculpa. Bernoldi, que largara em 15º, fazia boa prova. Mas também, como Barrichello e Massa, fez das suas: passou reto pela chincane, depois do túnel, e foi punido com um drive-through na 64ª volta. "Pelo menos terminei uma corrida, a primeira este ano." Bernoldi ficou em 12º.

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