Briatore: dinheiro, mulheres e inimigos no currículo

Italiano é um dos chefes mais polêmicos da história da F-1, onde ganhou títulos e revelou pilotos

PUBLICIDADE

Por Milton Pazzi Jr
Atualização:

SÃO PAULO - A demissão de

Flavio Briatore

, 58 anos, da

Renault

é o desfecho de uma carreira bastante controversa de um dos chefes de equipe mais polêmicos e odiados da história da

Fórmula 1

. Nos vinte anos de paddock, ele ganhou muito dinheiro e colecionou muitos inimigos.

Publicidade

QUEM É

Flavio Briatore nasceu em 12 de abril de 1950, em Verzuolo, norte da Itália, filho de professores. Fez sucesso em diversas áreas comerciais e teve muitos amores glamourosos. Fala, além do italiano, inglês e francês. Fez fortuna quando se tornou executivo da transnacional de moda Benetton nos Estados Unidos, como sócio do fundador Luciano Benetton.

SUCESSO

Em 1988, Briatore chegou à Fórmula 1 como executivo da Benetton Formula, quando a empresa de moda resolveu investir na categoria. Neste tempo, só cresceu na equipe e na categoria tanto por competência - por formar Michael Schumacher, por exemplo - quanto por controvérsias.

PUBLICIDADE

Ele deixou a escuderia em 1997, quando a empresa americana passou a reduzir os investimentos na F-1. Neste período ganhou um bicampeonato mundial de pilotos (Schumacher, 1994 e 95) e de construtores. Além disso, tinha participação na extinta Ligier, que venceu o GP de Mônaco de 1996 com o francês Oliver Panis - era o dono, mas não podia exercer o comando por ser proibido pela FIA trabalhar em duas equipes.

Em 2000, voltou à Fórmula 1 como diretor geral da Renault, que havia comprado a Benetton. Em 2005 e 2006, liderou a equipe francesa na conquista do bicampeonato de Fernando Alonso, com quem tinha contrato desde que o espanhol tinha começado a correr.

Com o tempo, se tornou sócio comercial da Fórmula 1 com Bernie Ecclestone, e coproprietário do time inglês de futebol Queen's Park Rangers, da segunda divisão inglesa.

Publicidade

CONTROVÉRSIAS

Em 1991, na assinatura do contrato com Michael Schumacher, a primeira polêmica: ele o tirou da Jordan - com quem o alemão tinha feito um teste e estava praticamente acertado - e demitiu o brasileiro Roberto Pupo Moreno, que mal foi avisado do afastamento.

Em 1994, a Benetton foi suspensa após a FIA descobrir que a equipe não usava um filtro obrigatório no reabastecimento (que o tornava mais rápido). Tudo foi descoberto devido a um incêndio no carro de Jos Verstappen no GP da Alemanha, que atingiu o piloto e os mecânicos. Soma-se ainda o uso de dispositivos eletrônicos proibidos no carro e a conquista do título de Schumacher após acidente controverso com o carro em Damon Hill no GP da Austrália.

Saiu da Renault demitido em 1997 e teve prejuízo ao não conseguir vender sua parte na Minardi. Passou a trabalhar na Mecachrome, divisão da Renault de motores esportivos.

A entrada de Alonso na F-1, em 2003, foi controversa pela demissão do inglês Jenson Button, que vinha de bons resultados. Em 2004, o italiano Jarno Trulli foi demitido da Renault por não ter renovado com Briatore o contrato para que ele fosse seu empresário.

Depois disso, o italiano teve toda a confusão com Nelsinho Piquet, outro com o qual tinha contrato para administrar a carreira - e ficava com 20% do salário, segundo o piloto. Demitiu o brasileiro da Renault após o GP da Alemanha. E viu tudo explodir quando surgiu a denúncia de manipulação do resultado do GP de Cingapura de F-1.

Briatore passou dois anos e meio nas colunas de fofocas da Europa por um tempestivo romance com a supermodelo inglesa Naomi Campbell e por ter um filho com a também supermodelo alemã Heidi Klum. Atualmente, ele é casado com a italiana Elisabetta Gregoraci.

Publicidade

Gero Breloer/EFE - 16/10/2005

O espanhol Fernando Alonso comemora a vitória no GP da China de 2005 com o então chefe Briatore

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.