PUBLICIDADE

Cambistas fazem a festa no GP Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O autódromo de Interlagos viveu nesta terça-feira o último dia de relativa tranqüilidade. Nesta quarta-feira estarão no local quase todos os pilotos das dez equipes que participam da competição. Nesta terça-feira, só estiveram no autódromo Jarno Trulli e Fernando Alonso, os pilotos da Renault, equipe sensação deste início de temporada, que andaram de bicicleta pelo circuito, onde será disputada no domingo, a partir das 14h, a terceira etapa do Campeonato Mundial de Fórmula 1, o Grande Prêmio do Brasil. Os ingressos para o setor G, de pior localização, vendidos a R$ 218, são os únicos ainda à venda. Mas não faltam bilhetes de todos os setores para quem estiver disposto a garantir o ganha-pão dos cambistas. "Tem de tudo aqui, moça. A gente não rouba nada. Apenas compramos e oferecemos uma opção para o cliente que quiser pagar. A escolha é dele", dizia um cambista com uma lista de preços na mão nos arredores dos guichês. Ingressos para os três dias do GP (dois de treino, mais o domingo da corrida), no setor D, um dos melhores, de frente para o retão dos boxes, eram vendidos pelo telemarketing por R$ 1.095,00, de acordo com a listinha do cambista: "Agora, o cliente vai ter de pagar R$ 1.300,00 para a gente ter um certo lucro. Somos vendedores, não oportunistas. Faz 20 anos que vivo disso. Na quinta-feira, o movimento vai aumentar bem. É que agora ainda tem alguns à venda na bilheteria." A organização do Grande Prêmio não tem controle sobre a atuação dos cambistas. E também não sabia estimar até o fim da tarde desta terça-feira quantos ingressos ainda estavam disponíveis para os três dias do GP no setor G - no qual não há a opção de compra apenas para o dia da corrida. "Acho que eles são um bocado intransigentes. Podiam muito bem vender ingresso no setor G só para o dia da prova", reclamava Marcos Tanaka, de 43 anos, depois de adquirir dois dos 20 mil bilhetes daquele setor. O empreiteiro conta que essa será sua primeira corrida em Interlagos, mas não o primeiro GP: "Já vi mais de 15 corridas ao vivo, a maioria delas no Japão. Vamos ver se domingo o Rubinho ganha. Vou torcer por ele", disse o fã de Ayrton Senna. Retoques - Alheios à movimentação do lado de fora do autódromo, técnicos e mecânicos tratavam de arrumar a ?casa? na área dos boxes. Operários ajustavam alguns parafusos nas arquibancadas tubulares e davam pinceladas para garantir a perfeição em um ou outro retoque. Ao fundo, o som de um álbum de Ed Motta ecoava diante dos boxes, já que o sistema de som do autódromo estava sendo testado. "Fica mais gostoso trabalhar assim, eu gosto de Tim Maia", disse o operário José da Silva, que dava a segunda mão de tinta no batente de uma porta perto do Centro de Imprensa - onde estarão no domingo correspondentes de 30 países (308 repórteres e 106 fotógrafos). O que mais se podia ver até o fim do dia eram caminhões e empilhadeiras descarregando caixotes diante dos espaços reservados às equipes. A maioria delas aproveitou o dia calmo para montar seus pitwall - espécie de cabine afixada junto à mureta dos boxes, de onde os integrantes das equipes monitoram, durante os treinos e na corrida, cada movimento de seus pilotos e máquinas, por meio de monitores de vídeo e computadores. A presença dos pilotos da Renault no autódromo tentava caracterizar a descontração do ambiente. Trulli e Alonso deram diversas voltas na pista de bicicleta. "A cada ano o autódromo está mais bonito, mais caprichado. Gostei muito do que vi", elogiou Trulli. "Espero que faça muito calor no domingo." Os pilotos admitiram que o desempenho surpreendente nas duas primeiras etapas - que deixou a Renault empatada com a Ferrari - deu enorme estímulo ao pessoal da equipe. Tanto que nesta terça-feira foi realizada a primeira reunião técnica da Renault (fato que geralmente, em Fórmula 1, ocorre somente na quinta - feira que antecede um GP).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.