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Carros da Indy "voam" em Cleveland

A etapa do próximo domingo será realizada num aeroporto da cidade norte-americana, onde a velocidade dos monopostos se equipara à dos aviões.

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Por Agencia Estado
Atualização:

No próximo domingo, os 26 carros que disputam a Fórmula Indy entram no aeroporto Burke Lakefront, em Cleveland, para a oitava etapa do campeonato, sem deixar nada a desejar aos usuários do dia-a-dia. Usando a mesma pista na qual os aviões costumam decolar e aterrissar, os pilotos da categoria mais rápida do automobilismo atingirão também as mesmas velocidades. Ou até mais. E só não vão levantar vôo porque o conceito aerodinâmico é invertido. No ano passado, os monopostos chegavam a 180 milhas (289 km/h) no final do retão que antecede a reta dos boxes. É o ponto mais veloz do circuito de 2,1 milha. Essa é exatamente a velocidade que um jato particular, com capacidade para 12 pessoas, usa para decolar - a aterrissagem é feita a 130 milhas (209 km/h). E mais do que precisa um turbo hélice: 160 milhas (257 km/h) para decolar e 110 (177 km/h) para aterrissar. Estes são alguns dos aviões que usam este aeroporto, destinado a vôos particulares. "Nada comercial nem governamental", explica o comissário Khalid Bahhur. Mas o aeroporto Burke também recebe alguns 727 e 737, estes sim mais rápidos que os carros: 260 milhas (418 km/h) na saída e 230 (370 km/h) na chegada. Nesse meio termo, fica a marca estabelecida por Gil de Ferran no qualifying para as 500 Milhas de Fontana, no ano passado: 241,428 milhas (388,5 km/h) - recorde da pista e maior velocidade já atingida numa corrida. O circuito de Fontana tem praticamente a mesma extensão (2 milhas) que o de Cleveland, mas é mais rápido por ser oval. No turbo hélice, a potência é de 2.216 cavalos, ou seja, 1.108 para cada motor - um pouco maior que a do carro, em torno de 900 cavalos. Já o 737 é movido por 74.600 cavalos. No avião, as asas são desenhadas de forma que o ar exerça pressão na parte inferior, fazendo-o subir. No carro, os aerofólios (dianteiro, traseiro e lateral) tem a curvatura invertida, fazendo com que o ar pressione de cima para baixo. Ele não só não sai do chão como pode fazer curvas em alta velocidade sem perder o traçado. É a chamada pressão aerodinâmica. O piloto brasileiro Bruno Junqueira, da Chip Ganassi, explica que outro recurso para aumentar a pressão são os túneis de vento no assoalho. Graças à forma como eles direcionam o vento, o ar passa embaixo do carro mais rápido do que em cima. Isso também ajuda a ´puxá-lo´ para baixo, criando um tipo de vácuo.

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