Castro Neves vence GP de Long Beach

O pódio ficou verde e amarelo na vitória do brasileiro e na segunda e terceira colocações de Cristiano da Matta e Gil de Ferran, respectivamente.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Hélio Castro Neves, o piloto que anda rápido mas não chega ao fim. Hélio Castro Neves, aquele que faz pole position, lidera durante algum tempo e bate. Nada disso. Neste domingo, Helinho contrariou todas essas características que lhe são constantemente atribuídas. E venceu de ponta o ponta o GP de Long Beach, segunda prova da temporada de Fórmula Indy. Conquistou 22 pontos (20 pela vitória, um pela pole e outro pelo maior número de voltas lideradas), chegando à quarta vitória de sua carreira, todas em circuitos mistos ou de rua, e à terceira posição no campeonato, com 27 pontos. Helinho chegou ao pódio da mesma forma como deixou o carro: pulando, gritando, dando socos no ar. Abraçou o pessoal da equipe Penske, com quem ele dividiu os méritos: "Eles fizeram pit stops perfeitos." Numa corrida tão equilibrada, o trabalho de box foi fundamental para que ele mantivesse a liderança. Mas Helinho também teve muito mérito. E sabe disso. "Tenho que dar um crédito para mim também. Às vezes, eu me amo", disse ele, bricando, antes de estourar a champanhe e ouvir o hino brasileiro ao lado dos compatriotas Cristiano da Matta, o segundo colocado, e Gil de Ferran, o terceiro. Já virou rotina os brasileiros dominarem o pódio na Indy. Para Cristiano e Gil, foi a segunda vez em duas corridas neste ano. Cristiano tinha vencido em Monterrey, com Gil em segundo. Foi o segundo neste domingo, apesar de o chassis Lola não ser muito adaptado a circuitos de rua como Long Beach. E continua liderando o campeonato, agora sete pontos à frente do próprio Gil. Carros tão equilibrados numa pista tão travada, imprópria para ultrapassagens, só poderiam protagonizar uma corrida chata, cujas emoções, além da pressão de Cristiano sobre Helinho, foram praticamente só as rodadas e batidas. Depois que Cristiano superou Tony Kanaan na largada, nada de interessante aconteceu entre os cinco primeiros colocados até a 16ª volta, quando Gil também ultrapassou Tony, assumindo a quarta posição. Logo à frente, Cristiano apertava o sueco Kenny Brack numa bela disputa pelo segundo lugar que fez lembrar a corrida de Monterrey, em que os dois largaram na primeira fila (Brack em primero e Cristiano em segundo) e o brasileiro levou a melhor, ultrapassando o adversário e vencendo a prova. Neste domngo, Brack nem chegou a dar muito trabalho, pois abandonou na 28ª volta com problema na caixa de câmbio. E lamentou: "Tínhamos uma boa chance de vencer." A essa altura, todos os pilotos aproveitaram uma bandeira amarela para fazer pit stop. E quem levou a melhor foi o norte-americano Jimmy Vasser, que assumiu o terceiro lugar, à frente de Gil e Tony. Bandeira verde e a corrida teve uma cena que no ano passado seria impossível. O mexicano Michel Jourdain Jr., da modesta Bettenhausen, ultrapassou seu compatriota Adrian Fernandez, que deixou a condição de piloto que disputava o título para montar sua própria equipe, a Fernandez Racing, até agora uma decepção. A tevê fez uma feliz escolha ao colocar a câmera no carro de Toranosuke Takagi. Enquanto nada de interessante acontecia entre os líderes, o japonês, de pouco em pouco, rodava - uma vez ao ser tocado por Maurício Gugelmin, que forçou uma ultrapassagem. Faltando sete voltas, Takagi bateu pela última vez e não voltou mais. Uma pena para a barreira de pneus. Pouco depois foi a vez de Gugelmin ser tocado, por Roberto Moreno, que vinha atrás dele e furou sua roda traseira esquerda com o bico do carro. Após bater no muro e sair do carro, Gugelmin esperou Moreno dar uma volta para, praticamente no meio da pista, tirar satisfação. Com o bico do carro preto, Moreno respondeu gesticulando e seguiu na prova. O acidente provocou mais uma bandeira amarela, que ajudou Helinho a suportar a forte pressão de Cristiano e manter a ponta. Até receber a bandeira quadriculada, sem errar, como quem quer repetir o feito de Gil de Ferran no ano passado e conquistar mais um título para a Penske. E para o Brasil. Classificação Fórmula Indy: 1º) Cristiano da Matta (Newman Haas): 37 pontos 2º) Gil de Ferran (Penske): 30 pontos 3º) Hélio Castro Neves (Penske): 27 pontos 4º) Paul Tracy (Kool Green): 26 pontos 5º) Jimmy Vasser (Patrick): 18 pontos 6º) Michael Andretti (Motorola Green), Tony Kanaan (Mo Nunn) e Dario Franchitti (Player´s): 12 pontos 9º) Kenny Brack (Rahal): 11 pontos 10º) Nicolas Minassian (Chip Ganassi): 7 pontos 11º) Bruno Junqueira (Chip Ganassi): 4 pontos 12º) Bryan Herta (Zakspeed/Forsythe) e Toranosuke Takagi (Walker): 3 pontos 14º) Roberto Moreno (Patrick): 2 pontos 15º) Shinji Nakano (Fernandez) e Max Papis (Rahal): 1 ponto

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.