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Cautelosos em Interlagos, pilotos da F-1 'esquecem' protocolos em contato com os fãs

Lando Norris, Daniel Ricciardo e Charles Leclerc foram os mais aclamados pelos torcedores ao desembarcarem em Guarulhos e não economizaram em selfies e sorrisos; quem for testado positivo para a covid é afastado e não corre

Foto do author Ricardo Magatti
Por e Ricardo Magatti
Atualização:

Os pilotos da Fórmula 1 vivem em duas realidades diferentes em São Paulo. Desde que chegaram ao Brasil, entre segunda e quarta-feira desta semana, eles adotam postura cautelosa no contato com os jornalistas no Autódromo de Interlagos, mas deixam de lado os protocolos mais rígidos na aproximação com os fãs ou quando circulam pela capital paulista.

O desembarque deles no aeroporto de Guarulhos já mostrou que as conhecidas regras sanitárias, adotadas com rigidez pela F-1 no combate à covid-19, seriam flexibilizadas no Brasil. O australiano Daniel Ricciardo, da McLaren, e o monegasco Charles Leclerc, da Ferrari, foram alvos dos fãs assim que pisaram no país, ainda no aeroporto. Sem manter o distanciamento, a dupla atendeu a cada pedido de foto e autógrafo. Abraços e demonstrações de carinho, com uso de máscara, foram constantes.

Daniel Ricciardo visitou Felipe Massa e ganhou brigadeiros de presente Foto: EFE/Antonio Lacerda

O britânico Lando Norris, um dos mais celebrados pelos fãs mais jovens da F-1, foi além. Ele aceitou o convite para ir até o Allianz Parque para assistir ao jogo do Palmeiras e Atlético-GO, na noite quarta, ao lado de quase 20 mil torcedores. Sem usar máscara, vestiu uma camisa do Palmeiras e bateu fotos com o atacante Dudu e o técnico Abel Ferreira no gramado.

O francês Pierre Gasly, da AlphaTauri, também optou por um evento mais perto do público. Visitou a exposição "Eu, Ayrton Senna da Silva", no Shopping VillaLobos. O piloto foi fotografado com e sem máscara no local. Já Ricciardo, Leclerc e o alemão Mick Schumacher jantaram numa churrascaria da cidade. O holandês Max Verstappen fez a mesma opção gastronômica numa rápida visita a Nelson Piquet, pai de sua namorada, Kelly, em Brasília.

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Outros pilotos preferiram a discrição e a tranquilidade dos hotéis luxuosos onde estão hospedados. Longe dos fãs, eles puderam seguir os protocolos com mais cuidado, sem exposição. O Palácio Tangará, um dos mais caros do País, recebe Leclerc, Carlos Sainz Jr., George Russell, Nicolas Latifi, entre outros. Distante das regiões mais centralizadas da cidade, o hotel acaba mantendo os pilotos mais longe do assédio dos fãs.

Se as diárias, entre R$ 2.200 e R$ 38 mil, já mantêm o local com status de “exclusivo”, a condição de “casa dos pilotos da F-1” eleva o nível de privacidade do local. “O Palácio Tangará não estará aberto para visitação neste fim de semana, para entrar no local será necessário apresentar comprovante de reserva”, avisa a direção do hotel.

Palácio Tangará hospeda 13 pilotos para o GP de São Paulo de Fórmula 1 Foto: Divulgação/ Palácio Tangará

O inglês Lewis Hamilton, por exemplo, só saiu do seu hotel para os compromissos e sessões na pista em Interlagos. Até a tradicional entrevista que costuma conceder em evento do seu patrocinador foi realizada de forma online, distante dos jornalistas.

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O mesmo expediente é utilizado pela própria Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que mudou os formatos de suas entrevistas coletivas nesta temporada para proteger os pilotos. Ao invés da tradicional reunião com os jornalistas em uma sala fechada, a entidade promoveu sessões online, com perguntas enviadas por escrito ou por vídeo. Tudo para evitar os riscos de um contato mais próximo no autódromo.

TESTES PARA A COVID-19

As medidas para evitar casos de covid-19 no autódromo inclui a utilização de dois aplicativos de celular, exames PCR para todos na primeira visita ao local, incluindo cabines específicas para atender separadamente cada uma das equipes da F-1. O cuidado se justifica. Se um piloto testa positivo, ele é vetado automaticamente da etapa. Para quem está na briga pelo título, caso de Hamilton, contrair o novo coronavírus agora acabaria com o trabalho realizado ao longo de toda a temporada.

No GP do México, realizado no fim de semana passado, a organização detectou nove casos positivos entre os 7.100 testes realizados entre pilotos, equipes e pessoal de apoio. Nenhum dos corredores teve constatado o vírus.

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