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Com futuro indefinido na Fórmula 1, Pietro Fittipaldi faz sucesso com transmissões na internet

Piloto brasileiro concilia seus compromissos na Haas com criação de conteúdo para os canais no YouTube e na Twitch

Foto do author Ricardo Magatti
Por e Ricardo Magatti
Atualização:

A Fórmula 1 passa por um processo significativo de mudanças. Prova disso é a nova geração de público que acompanha a principal categoria do automobilismo mundial e os novos modelos de transmissão. Pietro Fittipaldi, único brasileiro na categoria, acompanhou essas novidades e criou um canal no YouTube e na Twitch com o seu irmão, Enzo, que disputa a Fórmula 2, para atrair mais público, impactado pelas redes sociais e pela série Drive to Survive (Dirigir para Sobreviver, da Netflix).

O piloto de testes da Haas foca em seu desempenho nas pistas, mas não esquece dos conteúdos para o seu canal, chamado Fittipaldi Brothers. Lá, eles exibem os bastidores dos campeonatos e a rotina de um piloto. Na Twitch, fazem lives para se aproximar das pessoas que o acompanham. O público, em sua maioria, é composto por jovens que viraram fãs da modalidade não por causa do passado vitorioso do Brasil.

Com futuro indefinido na Fórmula 1, Pietro Fittipaldi faz sucesso com transmissões na internet. Foto: Divulgação/Haas

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A Fórmula 1 organizou a primeira competição virtual da história no início deste ano. Pietro e Enzo representaram a Haas e foram campeões por equipes após conseguirem 100% de aproveitamento nas três etapas - Áustria, Inglaterra e Brasil. Enzo ganhou o torneio entre pilotos. O sucesso no jogo online fez com que os dois se tornassem virais nas redes sociais. E daí partiu a ideia de estarem mais presentes no ambiente virtual.

"Tem muito mais jovem nos seguindo do que antes. Desde que começamos a produzir conteúdo, isso tem ajudado muito. As corridas virtuais trouxeram um público novo", relata Pietro ao Estadão em conversa no Autódromo de Interlagos.

Ao ver que a iniciativa deu resultado, os dois compraram os direitos de transmissão das competições que disputaram, como Stock Car e Indy Pro (categoria de acesso à Indy) e passaram a transmitir algumas corridas por meio do canal da Twitch.

"Fomos os primeiros pilotos a fazer isso, transmitindo nossas próprias corridas, até com comentaristas e narradores. Teve corrida mais longas em que chegamos a alcançar 300 mil pessoas únicas assistindo", diz o piloto brasileiro.

Pietro e Enzo são amigos de Gaules, maior streamer brasileiro e um dos mais conhecidos do mundo. Ele firmou parceria com a Fórmula 1 para transmitir oficialmente o sprint race e o GP de São Paulo em seu canal na Twitch. As corridas são acompanhadas de forma gratuita e exclusiva e os comentários e interações com o público podem ser conferidos tanto no canal do streamer como no da F-1.

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"A estrutura de um streamer nasceu de forma a ser leve. Uma pessoa com um computador pode fazer algo novo de maneira diferente. É uma formade interação com recursos e ferramentas diferentes da televisão. Uma emissora precisa de um caminhão de transmissão e o streamer, com uma mochila, pode fazer praticamente a mesma coisa", reflete Gaules em entrevista ao Estadão.

Gaules tem 3 milhões de seguidores e picos de 343 mil dispositivos simultâneos em seu canal da Twitch, o mais assistido globalmente em outubro. Ele também transmitiu jogos da NBA, até lançamento de foguete e planeja entrar em outros esportes.

"Você precisa provar um pronto para o mundo. Fizemos com a NBA e deu certo. As pessoas olharam e viram que poderíamos tentar com a Fórmula 1. Com a primeira barreira quebrada, o desafio vencido, a resposta para o mercado e para o mundo é que outros esportes mundialmente famosos estão olhando para esse jeito de transmitir que nasceu no Brasil", aponta.

Pietro ainda não definiu seu futuro. Ele é piloto de testes da Haas desde novembro de 2018 e no ano passado teve a oportunidade de correr duas vezes na Fórmula 1, nos GPs de Sakhir e de Abu Dabi. O neto do bicampeão Emerson Fittipaldi substituiu Romain Grosjean, que havia sofrido grave acidente no Bahrein. Seu contrato com a equipe americana vai até o final desta temporada e as negociações estão em curso. É improvável, porém, que ele ganhe uma chance em 2022.

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"Para o ano que vem, tem a possibilidade de eu manter o pé aqui, com a Haas. Mas não está decidido. Tenho falado com o Gunther (Steiner, chefe da Haas), que pediu para eu decidir primeiro o meu programa de corrida antes de conversar com a equipe. Também estou vendo possibilidades na Indy e tenho outras", revela.

Sua ideia é disputar uma temporada inteira, seja na Fórmula 1 ou em outra categoria. Neste ano, ele correu três etapas ovais da Indy e também uma da Stock Car. Não descarta, para a próxima temporada, competir nessas categorias novamente.

"Estou precisando correr uma temporada inteira para poder mostrar o que consigo fazer na Indy, por exemplo. É disso o que eu preciso. Espero ter tudo definido antes do fim do ano", pontua.

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