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Corrida da Stock Car no Galeão empolga, mas torcida reclama de deslocamentos a pé

Na volta do automobilismo para o Rio de Janeiro depois de quase 10 anos, Daniel Serra e Ricardo Maurício ganham as corridas da terceira etapa da temporada

Por Marcio Dolzan/RIO
Atualização:

Talvez nunca antes na história do automobilismo nacional a expressão “voando baixo” tenha feito tanto sentido quanto na tarde deste domingo. Disputada em uma das pistas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, a terceira etapa da Stock Car 2022 levou o público carioca ao delírio e coroou os bons desempenhos de Daniel Serra, que venceu de ponta a ponta a Corrida 1, e Ricardo Maurício, o mais rápido na Corrida 2.

O GP Galeão foi uma prova de superlativos. Por ser disputada em uma pista capaz de comportar alguns dos maiores aviões comerciais do mundo, o traçado era bem mais largo do que o de circuitos convencionais. Em um dos trechos, por exemplo, a pista chegou a ter 45 metros de largura, três vezes mais do que aquela vista no autódromo de Interlagos.

Pilotos da Stock Car durante a 1a prova da 3a etapa do GP Galeão neste domingo, 10, no Circuito Caca Bueno, montado no aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão. Foto: Wilton Júnior/ Estadão

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O piso do circuito também influenciou no desempenho dos carros. Se tradicionalmente as provas ocorrem no asfalto, dessa vez os pilotos tiveram de acelerar sobre um piso de concreto, o que exigiu muito dos pneus e da habilidade dos pilotos.

Mas uma prova disputada em um circuito improvisado também teve seus percalços. Um deles disse respeito às distâncias. No GP do Galeão, tudo ficava muito longe. E, por mais que a organização tenha disponibilizado ônibus e vans para transportar os torcedores e convidados - que assistiram de arquibancadas e camarotes provisórios ao lado de uma das retas - não foi raro encontrar quem reclamasse dos deslocamentos a pé.

A própria pista era distante. O circuito Cacá Bueno, como foi batizado, foi desenhado numa pista auxiliar do Galeão, distante da área onde ocorrem pousos, decolagens e do próprio terminal. Foi isso, aliás, que permitiu que toda a operação do aeroporto acontecesse normalmente durante a prova.

Mas quando os motores dos carros - e não as turbinas dos aviões - roncaram no Galeão, o público foi presenteado com uma corrida com um pouco de tudo o que se espera na Stock Car. Boas ultrapassagens, “pegas” incessantes e derrapagens marcaram as duas provas. Alguns favoritos ficaram pelo caminho, como foi o caso de Rubinho Barrichello, que se envolveu em um acidente na reta final da primeira deles e ficou sem carro para prosseguir.

Primeiro pole position da história do circuito, Daniel Serra venceu de ponta a ponta a primeira prova. Marcos Gomes foi o vencedor da segunda delas, mas o resultado foi alterado por uma ultrapassagem em bandeira amarela. Desta forma, o piloto foi punido com 5s a mais no tempo final da corrida, caiu para o segundo lugar e a vitória foi para Ricardo Maurício.

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RETORNO

O GP do Galeão foi a primeira prova da Stock Car disputada no Rio desde 2012. A última vez que a cidade recebera uma etapa da competição havia sido no extinto Autódromo de Jacarepaguá, na zona oeste, e que foi demolido no ano seguinte para a construção do Parque Olímpico da Barra.

À época, havia a promessa de que um novo circuito seria construído na cidade, o que até o momento não aconteceu. Quando o tema surge, aliás, ele serve mais para alimentar o debate político do que o esportivo.

A etapa deste domingo, por exemplo, recebeu muitos elogios do governador do Estado, Cláudio Castro (PL). Ele foi um dos entusiastas da prova, que inclusive teve seu anúncio feito no fim do ano passado em evento no Palácio Guanabara. Já o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), criticou a disputa. No sábado, Paes escreveu em sua conta no Twitter que o GP Galeão se tratava de “um evento sem sentido e que só joga nosso aeroporto internacional para baixo”. O prefeito foi além e afirmou que “com todo respeito à corrida de Stock Car, poucas vezes vi coisa tão tosca”.

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