Ecclestone faz ameaças a Schumacher

Bernie Ecclestone - que comanda o circo da F-1 - ameaça tirar o título de Schumacher, caso o alemão se recuse a participar do GP dos Estados Unidos, dia 30.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os equipamentos da Ferrari para disputar o GP dos Estados Unidos, dia 30 em Indianápolis, estão retidos no aeroporto de Malpensa, em Milão, e a equipe italiana deixou para Michael Schumacher a decisão de disputar ou não a prova. É o que consta no site oficial da Ferrari. Bernie Ecclestone, por sua vez, mandou um recado para o piloto alemão, através do jornal inglês Sunday Times: "Vamos deixar as coisas bem claras. Michael ainda não é o campeão da temporada", disse. "Tudo pode acontecer, como ele perder os pontos conquistados se não participar de uma etapa. Tenho certeza de que este não será o caso, mas quem sabe." Só há incertezas quanto a realização da próxima etapa do Mundial: o embargo da carga aérea para os Estados Unidos e o que pode vir a ser um conflito sério entre Michael Schumacher e Bernie Ecclestone. Os carros da escuderia italiana estão programados para viajar amanhã para Indianápolis. Hoje, porém, o diretor do aeroporto milanês, Francesco Federico, avisou não existir autorização para os aviões decolarem para os Estados Unidos. "Nada pode sair daqui para lá, o que não quer dizer que a proibição não possa ser revogada." Se for, os procedimentos alfandegários não se resolverão de imediato, adiantou. A Gazzetta dello Sport, do grupo Fiat, como a Ferrari, publica hoje que Jean Todt, diretor esportivo, desmentiu que Michael esteja pensando em não viajar para Indianápolis. No site da Ferrari ele diz que não só em relação a Indianápolis, mas já em Monza transferiu para o alemão a decisão de correr ou não. "Michael comentou que não faria isso no GP da Itália por respeito aos torcedores que foram lá para celebrar a conquista dos títulos de pilotos e de construtores este ano." Na Gazzetta dello Sport, hoje, talvez Todt esteja respondendo a Bernie Ecclestone. Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, confirmou que o time campeão do mundo estará em Indianápolis, se os equipamentos chegarem, mas não escondeu que "receberia com satisfação o seu cancelamento." O proprietário do famoso circuito norte-americano, Tony George, avisou hoje: "Está tudo pronto aqui. O esporte pode ser um importante sinal de que a vida continua." O comportamento de Michael em Monza, sempre ausente da competição, comprova sua preocupação com a viagem para os Estados Unidos. Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), comentou que se o campeão do mundo não for "estará aberto um perigoso precedente", pois poderá ser seguido por outros colegas. Mika Hakkinen, da McLaren, já adiantou que não pretende deslocar-se para os Estados Unidos "num momento tão delicado como esse", ao passo que seu companheiro, David Coulthard, afirmou que irá viajar apenas em "último caso." Apesar da ameaça de Ecclestone, em razão dos problemas logísticos o mais provável é que o GP dos Estados Unidos não seja disputado. Se a corrida sair, contudo, querendo ou não, Michael terá de se expor aos riscos dessa exposição. Ecclestone não hesitaria em cumprir o que disse à imprensa inglesa.

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