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Equipes ameaçam criar F-1 paralela

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Por Agencia Estado
Atualização:

As montadoras que investem pesado na Fórmula 1 não querem nem ouvir falar que o controle da competição passará para as mãos do magnata alemão de comunicações Leo Kirch. E a razão é simples: Kirch, um especialista na exploração de transmissões de TV pelo sistema pay-per-view, poderia fazer o mesmo com o Mundial. Kirch tem quatro semanas para pagar a Bernie Ecclestone cerca de US$1 bilhão referente à opção de compra de 25% da holding Slec, que controla a Fórmula 1, e possuir, em associação com a EM.TV, 75% da empresa (leia notícia relacionada). Em outras palavras, Ecclestone, com 25%, seria minoria, pela primeira vez desde que assumiu o comando do negócio, no início dos anos 70. A chiadeira foi geral, em especial das indústrias automobilísticas que têm equipes na Fórmula 1, como Fiat-Ferrari, Mercedes-McLaren, Ford-Jaguar, Renault-Benetton, e outras que se associaram de alguma forma às escuderias, como BMW-Williams, e Honda-Jordan e Honda-BAR. O principal receio dessas empresas é que Kirch, por possuir os direitos de TV da Fórmula 1, passe a explorá-los através de um sistema pay-per-view, ou seja, os telespectadores teriam de pagar para assistir às corridas. Com toda certeza as montadoras perderiam parte significativa da exposição que têm hoje. "É um absurdo. A Ferrari não irá permitir que isso ocorra", disse Luca di Montezemolo, presidente da empresa. As montadoras até já se aliaram numa investida rebelde: "Vamos criar uma competição paralela", informaram Wolfgang Reitzle, da Ford, e Jurgen Hubbert, da Mercedes. Kirch ficaria apenas com o nome Fórmula 1. Os "rebeldes" ganharam um apoio de peso: a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). "Não vejo por que não oficializar a competição", declarou Max Mosley, o presidente da entidade. Na realidade, toda a negociação envolvendo a aquisição da maior parte da Slec por parte da EM.TV e do grupo Kirch pode ser vetada pela entidade. "O contrato entre nós prevê que dois grupos de comunicação não podem se associar para gerir a Slec", já adiantou o dirigente, garantindo respaldo jurídico à decisão. A ACEA, a Associação dos Produtores Europeus de Automóveis, liderada por seu presidente, Paolo Cantarella, da Fiat, está exigindo ser sócia também da Slec. A ACEA pleiteia 35% da holding e não aceita negociar direto com Haffa e Kirch, como os dois já manifestaram desejo. Querem que Ecclestone intervenha. Com isso, buscam estabilidade nos rumos da competição, o que já viram que não terão se EM.TV e Kirch assumirem a Slec. Nos próximos dias todos esses personagens, isoladamente em grupo, estarão reunidos, para definir por quem e como será gerenciada a Fórmula 1.

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