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Equipes da Michelin pedem desculpas

Por Agencia Estado
Atualização:

Bernie Ecclestone, promotor do Mundial e o homem que se comprometeu com Tony George, proprietário do circuito de Indianápolis, a levar a Fórmula 1 para os Estados Unidos, tentou ainda persuadir os chefes de equipe dos times da Michelin, já no grid, a disputar a corrida. Em vão. A decisão, em conjunto, havia sido tomada. O desconforto de Ecclestone com a situação era evidente. Ao ver que 14 dos 20 carros deixaram mesmo a pista, depois da volta de apresentação, o inglês de 74 anos afirmou: "Lamentou, lamento muito, pelos fãs da Fórmula 1." Tony George solidarizou-se com as 150 mil pessoas que compraram ingressos para assistir ao "pior show que sua casa de espetáculos já ofereceu," afirmando que tudo o que cercou a situação ridícula deste domingo fugiu ao seu controle. "A FIA, a Fórmula 1 em si, seus construtores e empresas representadas no grid tomaram decisões individuais limitando sua participação no GP dos Estados Unidos. Nós sugerimos que os fãs que desejarem manifestar sua decepção entrem em contato com a Michelin, FIA e FOM." O comunicado expõe, a seguir, o endereço e o site de cada uma dessas entidades. O dono de Indianápolis lembrou, ainda, que foram realizados enormes esforços para preparar o circuito em tão pouco tempo, já que as 500 Milhas, etapa da IRL, foi disputada dia 29 de maio, mesma data do GP da Europa, em Nurburgring, há três semana apenas. A modificação do traçado para a Fórmula 1 e as enormes exigências do Mundial exigem elevados investimentos. Tony George deu a entender que a credibilidade da Fórmula 1, em Indianápolis, foi atingida. E o público norte-americano não parece ter memória curta nesses casos. É por isso que no comunicado conjunto dos dirigentes dos times da Michelin todos se prontificam a oferecer, da próxima vez, um espetáculo "positivo de profissional", embora lembrem que não tenham participado da prova "por razões de segurança." O presidente do Indianápolis Motor Speedway, Joie Chitwood, já no início da noite, afirmou aos jornalistas: "Nós nunca tivemos um evento tão ruim." E contou que analisará, nos próximos dias, a possibilidade de reembolsar os que adquiriram ingressos. "A falta de habilidade em ter o controle da situação...", não completou a frase. Afirmou, depois, ser cedo para se afirmar que o contrato com Bernie Ecclestone será rompido por justa causa. "É prematuro discutir isso agora." Também não excluiu a possibilidade de processar a Michelin, FIA ou FOM sobre as possíveis perdas geradas e que podem vir ainda. "Investimos agressivamente para ter a Fórmula 1 aqui nos Estados Unidos. Nós não tínhamos sequer idéia do que iria ocorrer e os carros já estavam estacionados no grid." O dirigente dá a entender o profundo desrespeito dos que decidem na Fórmula 1 com as autoridades do circuito de Indianápolis, promotores da corrida, não informados do andamento das negociações. Há uma chance real de a Fórmula 1 não mais pôr os pés no maior templo do automobilismo.

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