O mecânico inglês Nigel Stepney, principal protagonista do escândalo de espionagem que envolveu Ferrari e McLaren no ano passado, prestou depoimento nesta segunda-feira por cerca de três horas na Justiça de Modena, na Itália, dentro do processo criminal movido pela equipe italiana. Stepney, que era mecânico-chefe da Ferrari, entregou 780 páginas de documentos confidenciais ao então projetista-chefe da McLaren, Mike Coughlan. Os documentos rodaram dentro do time inglês, e até mesmo os pilotos Fernando Alonso e Pedro de la Rosa tiveram acesso ao material. Com a descoberta do caso, a McLaren foi eliminada do Mundial de Construtores e multada em US$ 100 milhões. O promotor Giuseppe Tibis contou que Stepney estava calmo e cooperou com as investigações, mas não deu maiores informações sobre o depoimento. A defesa do mecânico inglês, segundo seus advogados, baseia-se no argumento de que há "pontos obscuros" na denúncia, admite o contrato com Coughlan, mas nega que ele tenha sido o portador dos documentos. O caso foi descoberto depois que o funcionário de uma loja de cópias recebeu os documentos da mulher do projetista da McLaren. Os promotores ainda devem ouvir vários dirigentes da McLaren, entre eles o proprietário da equipe, Ron Dennis, o diretor-geral, Martin Whitmarsh, o diretor de engenharia, Paddy Lowe, e o próprio Coughlan.