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"Experiente", Moreno espera o título

Depois de disputar sua primeira temporada completa da Indy, o brasileiro acredita que pode ser campeão este ano.

Por Agencia Estado
Atualização:

Gil de Ferran, Hélio Castro Neves, Kenny Brack, Paul Tracy... Penske, Chip Ganassi, Newman Haas, Green... Entre os pilotos e as equipes apontados como favoritos para essa temporada da Fórmula Indy, não constam o brasileiro Roberto Moreno nem a Patrick. Mas ele garante que vai correr atrás do título: "Estou muito otimista." O desafio começa nesta sexta-feira, nos treinos livres para o GP de Monterrey, México, primeira prova do ano, que será disputada no domingo. Apesar dos 42 anos de idade, Moreno não tem grande experiência na Indy. Só no ano passado conseguiu disputar pela primeira vez uma temporada completa, o que, segundo ele, fará diferença para este campeonato: "Começar com um certo know-how é diferente para disputar com pilotos experientes, como Paul Tracy, Jimmy Vasser, Gil de Ferran, Michael Andretti, Maurício Gugelmin." Jimmy é companheiro de equipe de Moreno. Apesar de não ter conseguido realizar os 10 dias de testes permitidos pelo regulamento, "por problema de logística", Moreno ficou feliz com o desempenho do carro nos sete dias em que o testou: "Foram excelentes, estivemos entre os mais rápidos tanto nos ovais quanto nos mistos." A Patrick treinou em Homestead, num traçado semelhante ao de Monterrey, há duas semanas, o que pode representar uma vantagem. Quem esteve ao volante foi Jimmy Vasser, que conhece o circuito mexicano porque andou lá com um carro de passeio na inauguração. Mas Moreno acompanhou o trabalho do norte-americano. E confia: "Estaremos bem preparados nesta primeira corrida." Agora, a Patrick tem um bom motor. A equipe, que no ano passado tinha o carro equipado com o motor Ford, comprou os serviços da Toyota. Outro motivo de satisfação para Moreno: "O motor é muito bom, é rápido e resistente. Estamos muito satisfeitos." Para o início do campeonato, o único problema aparente é a troca de algumas peças-chave. O mexicano Adrian Fernandez, que deixou a Patrick para fundar sua própria equipe, levou junto seu engenheiro. Moreno acabou perdendo o seu (Ed Nathman) para Vasser e terá de se entender com Dave Dembecki, um novato. "Vai demorar um pouco para o Dave pegar mão, mas ele é inteligente, acompanhou o trabalho no ano passado. Isso também não quer dizer que a gente não vai ter resultado no começo", revelou o brasileiro. Mas por que a troca? "Não perguntei, a gente tem de se adaptar ao que a equipe determina." Quanto à concorrência, Moreno aponta a Penske como "o coelho rápido que teremos de passar", pelo menos nos circuitos mistos, nos quais a equipe levou vantagem durante a fase de testes (o brasileiro Hélio Castro fez o melhor tempo em Laguna Seca, com 1min07s10). "Nos ovais, houve muita igualdade", avaliou Moreno. Ninguém aponta a Mo Nunn como "coelho" ou coisas do gênero, mas Tony Kanaan quer muito mudar o script. Um dos dez brasileiros da Indy, ele está satisfeito com o equipamento que tem à disposição: "Temos um motor muito confiável e uma equipe forte. Acho que as pessoas esperam muito de nós. Eu espero o melhor. E vou ao México com uma coisa na cabeça, fazer o melhor." O italiano Alex Zanardi, contratado para pilotar o segundo (e novo) carro da equipe Mo Nunn - no ano passado, Tony era o único piloto -, parece ter os pés mais no chão: "Tenho total confiança no potencial dessa equipe, mas veja a realidade. Dia 3 de dezembro, este segundo carro não existia. Dia 4, existia no papel. Hoje, temos muita sorte de ter tantas pessoas talentosas juntas. Mas ainda vamos precisar de trabalho para misturar esses talentos e fazê-los trabalhar como uma equipe. Não que não estejamos preparados, mas comparando com os outros, ainda temos muito o que melhorar." Um ponto positivo da Mo Nunn é ter o confiável conjunto Reynard-Honda, o mesmo da campeã Penske e o mesmo com o qual a Chip Ganassi conquistou 15 vitórias e quatro títulos entre 1996 e 1999. Na época, Zanardi era um dos pilotos e Morris Nunn, o engenheiro - hoje, ele é dono da Mo Nunn. Um dos brasileiros que debutam na Indy é Max Wilson, que prevê dificuldades no México. Nem poderia ser diferente. Assim como ele, a equipe é estreante. O motor é o Phoenix, novo nome dado ao Mercedes, que saiu da categoria no final do ano passado após um desempenho pífio. O chassis Lola é do ano passado. E o carro apresentou problemas em três dos quatro testes realizados. "Tenho de encarar essa corrida como um teste, é natural uma equipe nova passar por isso", acredita Max. "Pelo menos, o circuito (de Monterrey) é misto. Se fosse oval, ia ficar bem mais difícil." A Brooke testou nos mistos de Firebird e Laguna Seca e no oval de Phoenix, único em que conseguiu cumprir toda a programação. "Assim mesmo, andei em Phoenix com suspensão traseira de circuito misto, já que uma peça específica de pista oval tinha quebrado e não houve tempo de a nova chegar." Esse tem sido o maior problema. "A Chip Ganassi e a Newman Haas, equipes que vão disputar o título, compraram todo o estoque de peças de reposição e nós, os pequenos, temos de esperar pelo novo lote. Mas é assim mesmo, vamos fazer o melhor possível com o que temos", conta Max. As duas equipes citadas pelo brasileiro tem o mesmo fornecedor (Lola) que a Brooke.

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