F-1: Alonso prefere adotar cautela

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do Mundial, Fernando Alonso, da Renault, mantém a prudência quando o assunto é ser campeão do mundo de Fórmula 1. "As coisas podem mudar rápido no campeonato", disse em Silverstone, no domingo, depois de classificar-se em segundo no GP da Grã-Bretanha. Já o diretor da equipe, Flavio Briatore, deixou pela primeira vez a cautela de lado e afirmou. "Basta chegarmos ao fim das corridas para conquistarmos o título". O que dizem os números da disputa entre Alonso e o finlandês da McLaren, Kimi Raikkonen, segundo na classificação? Depois de 11 etapas disputadas, o espanhol da Renault soma 77 pontos e Raikkonen, 51. O terceiro no Mundial é Michael Schumacher, da Ferrari, com 43, mas ele próprio admitiu, no domingo, depois de chegar em 7º em Silverstone, quase uma volta atrás do vencedor, Juan Pablo Montoya, da McLaren, que ser campeão não é a sua prioridade agora. "Para vencer é preciso ter um carro que te permita chegar à frente e nas duas últimas corridas andamos para trás". O mais provável, portanto, é que o título fique mesmo com Alonso ou Raikkonen. Para ser campeão no GP da Bélgica, dia 11 de setembro, 16ª etapa da temporada, seu grande sonho, Alonso deve ampliar a atual diferença para Raikkonen de 26 para 30 pontos. Será preciso esperar, ainda, o número de vitórias dos dois até lá - o primeiro critério de desempate. Hoje o espanhol tem 5 vitórias, enquanto o finlandês está com 3. Nas três provas restantes depois do GP da Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps - Brasil, Japão e China -, estarão em jogo 30 pontos. Antes de a Fórmula 1 desembarcar na Bélgica, terá de passar pela Alemanha, Hungria, Turquia e Itália. Outra questão se propõe: diante do que Renault e McLaren, bem como Alonso e Raikkonen, produziram até agora este ano, o que a lógica sugere que poderá acontecer nessas quatro etapas antes da Bélgica? Em Hockenheim, na Alemanha, no dia 24, a tendência é a McLaren não dispor de um carro mais rápido que o da Renault, como foi o caso das duas últimas provas - França e Grã-Bretanha. Quase não há curvas de alta velocidade em Hockenheim, seções em que o modelo MP4/20 da McLaren se mostra mais rápido que o R25 da Renault. Na Hungria, no dia 31, a Renault demonstrou, nos últimos dois anos, ser a escuderia cujo carro melhor se adapta a seu lento traçado. A corrida seguinte é na Turquia, nação nova do calendário, no dia 21 de agosto. Nem os próprios pilotos imaginam quem pode se dar melhor lá. Não há referências. Já os dois GPs que se seguem - Itália, em Monza, e Bélgica -, a vantagem técnica tende a ser da McLaren por seu projeto ser ainda mais eficiente aerodinamicamente que o da Renault. Joga contra a McLaren nessas pistas, em especial, a resistência do motor Mercedes, o calcanhar-de-Aquiles da equipe este ano. Na França e neste domingo, em Silverstone, Raikkonen largou 10 posições atrás da obtida na classificação para o grid porque precisou trocar o motor. Em Monza e em Spa-Francorchamps, o motor tem maior importância no desempenho do conjunto que nos circuitos anteriores. Diante desse quadro, em que algumas provas sugerem ser mais favoráveis à Renault e outras à McLaren, não há indícios, ao menos se nada de anormal ocorrer, que Alonso dispare na liderança e defina logo a conquista do título. Se a Mercedes conseguir superar as dificuldades técnicas de seu motor, o finlandês pode até chegar na Bélgica com uma diferença um pouco menor que os 26 pontos de hoje. A equivalência de potencial de Renault e McLaren e Alonso e Raikkonen dá a entender que o campeão será conhecido apenas na Ásia - nas etapas do Japão, no dia 9 de outubro, e da China, na semana seguinte, a 19ª e última do Mundial. Talvez com um pouco de sorte para os brasileiros, em São Paulo, no dia 25 de setembro, pelo GP do Brasil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.