F-1: GP Brasil tem contrato renovado

A Interpro, empresa promotora e organizadora do evento, renovou, este ano, o contrato com a Prefeitura de São Paulo, até 2006.

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Por Agencia Estado
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Apesar de todas as pressões em contrário de pilotos, chefes de equipe e parte da imprensa internacional, o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 está longe de estar ameaçado. A Interpro, empresa promotora e organizadora do evento, renovou, este ano, o contrato com a Prefeitura de São Paulo, proprietária do autódromo. Se não houver mudança na política municipal, de deixar de investir na prova, o Brasil continuará a ter a prova até 2006. Para o promotor do Mundial, Bernie Ecclestone, que tem uma relação de sociedade com a Interpro, o grande prêmio disputado em Interlagos é um excelente negócio. Apesar do titular da empresa no Brasil, Tamas Rohonyi, afirmar que algumas edições da prova não dão lucro, os valores praticados nas vendas de publicidade e espaços VIP no autódromo sugerem o contrário. Poucos eventos da temporada conseguem vender seus produtos a preço tão interessantes para o promotor. E o que manda na Fórmula 1 é dinheiro. Mas o Grande Prêmio Brasil tem um ponto frágil, o tradicional, e ao mesmo tempo antiquado Autódromo de Interlagos, gerador da maioria das acusações à prova. Construído no fim dos anos 30 e reformado às pressas nos anos 90 para receber a Fórmula 1 de volta a São Paulo, o circuito sofre pela falta de uma estrutura capaz de suprir as necessidades de uma categoria que se moderniza dia a dia. A pista, que permanece ondulada mesmo após seguidas reformas, é foco de reclamação constante dos pilotos. As equipes sempre se queixam de falta de espaço pois, os boxes comportam não só os carros e os mecânicos, como também o escritório das equipes e as áreas de alimentação. Na Europa, as equipes costumam viajar com trailers sofisticadamente equipados, que servem como escritório e que possuem, inclusive, chuveiros. Os circuitos localizados na Ásia (Malásia e Japão), Américas (Canadá e Estados Unidos) e Oceania (Austrália), já contam, no paddock, área atrás dos boxes, com escritórios especialmente construídos para suprir as necessidades de espaço das equipes. Outro problema de Interlagos é estar situado em uma área densamente povoada, sujeita constantemente a congestionamentos. A dificuldade tem sido contornada nos últimos anos com um eficiente esquema de gerenciamento do tráfego, feito por convênio entre a Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em nenhuma outra nação mobiliza-se um efetivo tão grande para cuidar do trânsito. O de São Paulo, nesse aspecto, é um modelo. "A solução dos problemas operacionais com a prova seria a contrução de um novo Autódromo em uma área mais afastada da capital", defende Tamas Rohonyi, da Interpro, empresa promotora do evento. O projeto, no entanto, precisaria de apoio da iniciativa privada, disposta a investir alto. O Autódromo de Sepang, na Malásia, considerado uma referência de eficiência, funcionalidade e elegância na Fórmula 1, foi inaugurado em 1999 depois de um investimento de US$ 120 milhões. Uma outra opção seria a Prefeitura da capital, proprietária de Interlagos, comercializar a área e, com o dinheiro arrecadado, contruir um novo autódromo. No entanto, o recurso, seguramente, contaria com a resistência de muitas pessoas ligadas ao automobilismo, que tem com Interlagos uma relação afetiva. O autódromo é considerado o templo do automobilismo brasileiro.

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