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F-1: pilotos têm maior desafio do ano

Por Agencia Estado
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Os pilotos e os projetistas são unânimes em afirmar: o GP da Malásia é o mais difícil do campeonato. O calor arrasador, combinado com as características do excelente circuito de Sepang, transforma a prova da madrugada deste domingo na mais desgastante de todas para os pilotos, bem como submete os carros a esforços maiores que em todas as demais pistas do calendário. A largada da segunda etapa do Mundial será às 4 horas (horário de Brasília). "Eu estou até suado, o que é muito raro", disse Michael Schumacher, sexta-feira, depois do treino livre, realizado sob temperatura de 34 graus. "Quando paramos nos boxes, o calor que sobe dos radiadores e do motor eleva a temperatura do cockpit, onde estamos sentados, até cerca de 50 graus", diz Jarno Trulli, da Jordan. "A condição que vivemos aqui faz do GP da Malásia muito mais uma prova de resistência que de velocidade", analisa Mika Hakkinen, da McLaren, preocupado com o MP4/16, modelo que o fez sofrer um acidente na Austrália. O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o inglês Max Mosley, deve estar se sentindo um pouco aliviado com a sensível redução da escalada da velocidade em Sepang. Depois que em Melbourne a Fórmula 1 foi quase quatro segundos mais veloz que no ano anterior, na Malásia essa diferença ficou dentro do que havia planejado a entidade, quando alterou o regulamento, no ano passado, prevendo já a disputa entre Bridgestone e Michelin. Se a melhora dos tempos continuar na casa de um segundo, como em Sepang, a FIA não irá alterar as regras técnicas do campeonato, a fim de conter a velocidade dos carros. Mas há quem acredite que já em Interlagos as diferenças voltarão a ser assustadoras. "No GP do Brasil, por ser no início do ano, os pneus não estavam tão desenvolvidos como na Malásia, a última da temporada", lembrou Luciano Burti, da Jaguar. "Acredito que em São Paulo não será diferente do que foi em Melbourne", prevê. A pole position em Interlagos deverá chegar até a casa dos 1m11s, enquanto em 2000 Mika Hakkinen largou na pole com 1m14s111. A concorrência entre Bridgestone e Michelin gerou pneus mais macios, para permitir aos pilotos de cada marca maior velocidade, a fim de vencer o adversário. Ao menos em Melbourne, os carros fizeram apenas um pit stop, como em 2000, apesar de os pneus serem mais moles, o que deveria acarretar um desgaste maior. No domingo à noite, durante as 56 voltas do GP da Malásia são esperadas novamente duas paradas nos boxes, como na edição do ano passado. "O consumo de pneus aqui, mesmo sob calor intenso, não é muito diferente de outros circuitos", afirmou Pierre Dupasquier, diretor da Michelin. A corrida da Austrália e possivelmente a da noite deste domingo deverão desmentir a expectativa inicial de quase todos, de que haveria maior número de pit stops neste ano. A meteorologia não prevê chuva para o horário da prova, às 15 horas local. Boa parte das arquibancadas deverá mesmo estar vazia. Até sexta-feira apenas 40 mil dos 90 mil ingressos colocados à venda haviam sido comercializados. O ministro dos esportes da Malásia, Hishamuddin Tun Hussein, comprou dos organizadores 2000 entradas para distribuir à população. O retrospecto da Ferrari na prova, duas vitórias em duas edições do evento, associada à fase de Michael Schumacher de cinco vitórias consecutivas no Mundial faz do líder do Mundial o favorito para, mais uma vez, vencer a competição. Mas como o próprio alemão declarou na sexta-feira, o GP da Malásia é o mais imprevisível do calendário. "Primeiro é preciso pensar em chegar ao fim da corrida, depois ver a sua colocação." Rubens Barrichello espera desta vez largar bem (ele treinou a manobra em Fiorano semana passada). "Nosso carro está muito bom", comentou sexta-feira, quando treinou com o volume de gasolina que utilizará neste domingo à noite. Os três outros brasileiros na Fórmula 1, Luciano Burti, da Jaguar, Enrique Bernoldi, Arrows, e Tarso Marques, Minardi, diferentemente de Barrichello, não podem pensar em vitória, mas apenas em concluir a corrida.

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