Publicidade

F-1: Rubinho e a Ferrari erraram ?

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Foi o assunto do dia, nesta segunda-feira, dentre muitos que acompanharam o GP Brasil, domingo em Interlagos: a Ferrari e Rubens Barrichello teriam errado ao não entrar no box junto de Juan Pablo Montoya, da Williams, o vencedor, na 5ª volta, para a troca dos pneus intermediários para os de pista seca? E esse erro lhe teria custado a realização do sonho de vencer a prova? Os números respondem que mesmo parando na quinta volta, junto do colombiano, Rubinho não ganharia o GP Brasil. A maior responsabilidade por ter sido terceiro colocado recai sobre os seus pneus Bridgestone para pista seca no asfalto ainda um pouco molhado, menos eficientes que os Michelin, de Montoya, nessa condição. Rubinho parou para trocar pneus intermediários pelos para asfalto seco na sexta volta, Montoya, na quinta. O próximo pit stop de Rubinho ocorreu na 27ª volta, enquanto o de Montoya, na 28ª. Podemos concluir, portanto, que ambos tinham volume semelhante de gasolina no tanque. Não foi mais ou menos combustível que fez Montoya ser mais veloz que Rubinho depois da oitava volta, por exemplo, instante em que os dois estavam de pneus para pista seca. Da 8.ª à 19.ª volta, 12 voltas, Rubinho perdeu tempo regularmente para Montoya. Nada menos de 4 segundos e 390 milésimos na oitava volta, quando os pneus Bridgestone da Ferrari estavam ainda frios, 2 segundos e 38 milésimos na seguinte e assim vai. Na 17.ª, Montoya enfrenta tráfego e Rubinho consegue ser mais veloz em 790 milésimos. A situação só muda quando na 20.ª volta a pista quase já não apresenta pontos de umidade. A partir da 20.ª volta a história começa a mudar, mas pouco. Rubinho recupera alguns décimos de segundo da vantagem imposta pelo piloto da Williams. Do tempo total que Montoya lhe impôs na bandeirada, 24 segundos e 99 milésimos, só entre a volta 8 e a 19.ª foram 12 segundos e 942 milésimos. O restante, 11 segundos e 157 milésimos (24s099 - 12s942) pode, sim, ser atribuído em parte à volta a mais que completou com pneus intermediários, a quinta, afinal perdeu várias posições. De líder voltou à corrida em sexto. Mas não explicaria tudo: deve-se também ao tempo perdido atrás de Fernando Alonso, da Renault, e Ralf Schumacher, Williams, que estavam à sua frente, no instante em que o asfalto já estava seco e Rubinho era mais veloz que os dois. Rubinho os ultrapassou na operação do último pit stop. Permaneceu na pista até a volta 49, diante da parada de Alonso na 47.ª e de Ralf na 48.ª. Essa volta completou em 1min11s887, sua terceira melhor volta da prova, e quando retornou à pista, depois da parada, estava em terceiro, na prática, na frente de Alonso e Ralf. Mas a essa altura Montoya tinha a vantagem da volta a mais de Rubinho na pista, a quinta, a diferença das 12 voltas entre a 8.ª e a 19.ª e o tempo perdido por Rubinho atrás de Alonso e Ralf. Os números apontam, portanto, que a Ferrari pode não ter decidido pelo melhor ao manter Rubinho na pista na quinta volta, mas não que isso justificasse a perda da vitória. Ela aconteceu, principalmente, entre as voltas 8 e 19, por causa da menor eficiência do seus pneus.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.