Publicidade

F-Cart: Brasileiros perdem espaço nos EUA

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Em 2001, as duas primeiras etapas da temporada da F-Cart (a atual Champ Car World Series) tiveram a participação de 10 pilotos brasileiros. Hoje, apenas um corredor do País, Bruno Junqueira, está garantido na temporada que vai começar em 18 de abril. Nos dois últimos anos, o campeonato da Indy Racing League teve a presença regular de seis brasileiros. Na disputa que terá início no dia 29, só Hélio Castro Neves e Tony Kanaan estarão no grid. Vários pilotos ainda estão correndo atrás de um lugar, mas está difícil encontrar. Terão as portas do automobilismo americano se fechado para os brasileiros? Pilotos e empresários entendem que não é bem assim. Mas admitem que o momento atual é bastante complicado, reflexo de alguns fatores, como perda de patrocínio, a dúvida que pairou até recentemente sobre a continuidade ou não da Champ Car e, claro, a retração da economia mundial, entre outros. "O problema é que aconteceu muita coisa ao mesmo tempo, coisas que acabaram influenciando o mercado para os brasileiros?, diz o empresário Willi Herrmann, proprietário da Image, empresa que detém os direitos da IRL no Brasil. Willi cita a aposentadoria de Gil de Ferran - "do contrário, ele teria lugar garantido? - e a união da equipe Menards com a Panther, que tirou o lugar de Vitor Meira, como motivos para o "enxugamento? do número de brasileiros na categoria. Mas o golpe principal atingiu em cheio outro brasileiro, Felipe Giaffone. A Souza Cruz decidiu retirar o patrocínio que mantinha Giaffone na MoNunn - US$ 3 milhões - e, com isso, o piloto ficou sem lugar, pois a verba de patrocínio que a equipe conseguiu é insuficiente para alinhar dois carros no campeonato. "Além disso, o Felipe sofreu um grave acidente no ano passado, que o fez perder várias corridas. Isso o deixou fora da luta por uma posição. E, agora, seu maior desafio não é nem arrumar patrocínio e, sim, ser contratado ganhando salário?, entende Herrmann. O desafio é realmente grande. Principalmente porque os custos da categoria aumentaram - Willi calcula que atualmente são necessários de US$ 5 milhões a US$ 8 milhões para se ter um carro competitivo na IRL. "Por isso, hoje a grande maioria das equipes opta por pilotos que levam dinheiro??, acrescenta outro empresário brasileiro, Geraldo Rodrigues. O raciocínio também vale para quem ambiciona um lugar na Champ Car, categoria na qual são necessários US$ 5,5 milhões para se ter um carro em condições de brigar pelo título. Rodrigues, porém, acredita que ainda há chance de alguns brasileiros conseguirem vaga para correr nas categorias norte-americanas este ano. Na IRL, cita Felipe Giaffone, nem que seja apenas para as 500 Milhas de Indianápolis, em maio, o que poderá lhe abrir as portas para participar do restante da temporada - o raciocínio é o mesmo de Willi Herrmann. Mário Haberfeld, Gualter Salles e Alexandre Sperafico podem conseguir colocação na Champ Car. Haberfeld, aliás, diz já ter o dinheiro necessário para correr, mas ainda não definiu o time. Ele pilotou para a Conquest no ano passado e afirma que o fato de o futuro da categoria só ter sido definido há pouco mais de 15 dias atrapalhou muitos pilotos e não só os brasileiros. "Estávamos esperando a decisão para ver o que iríamos fazer. Não dava para arranjar patrocínio, time, sem saber o futuro da categoria." Para quem ficar a pé, o caminho será voltar para o automobilismo nacional, acredita Geraldo Rodrigues. "As categorias internas estão cada vez mais bem estruturadas. Isso é um atrativo??, explica o empresário, citando a Stock Car como exemplo. A categoria, aliás, interessa a Ayrton Daré, que em 2003 correu na IRL, mas resolveu mudar de ares após sofrer grave acidente. No caso de Daré, que sempre teve dificuldade para conseguir um lugar, prevaleceu, agora, sua vontade de ficar bem longe de uma categoria que considera insegura.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.