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F-Indy decreta fim do motor turbo

A Cart (Championship Auto Racing Team) decidiu que a partir de 2003, a categoria irá utilizar motores aspirados, de 3,5 litros.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Cart finalmente acordou e tomou uma decisão lógica e esperada: decretou o fim da era dos motores turbo na Fórmula Indy. A partir de 2003, os propulsores serão aspirados, de 3,5 litros, e com isso, a entidade espera não apenas reduzir os custos e a velocidade dos carros, como também manter os atuais fornecedores (Honda, Ford e Toyota) e até conseguir alguns outros. Em meio a uma crise administrativa que parece longe de acabar - esta semana o então vice-presidente de operações, Kirk Russell, foi demitido -, a Cart tomou a única decisão possível em relação aos motores. Se insistisse com o turbo, corria o risco de perder fornecedores e até equipes, que poderiam se bandear para a Indy Racing League (IRL). No entanto, ao anunciar a decisão sobre os motores - o regulamento valerá de 2003 a 2005 -, o presidente da Cart, Joseph Heitzler, resolveu falar grosso e não admitiu que as ameaças influenciaram nas mudanças. "Dizem que o anúncio da Toyota de só produzir motores aspirados em 2003 nos influenciou. Não é verdade. Já havíamos optado por este caminho em 10 de setembro e a Toyota divulgou seus planos depois disso?, garantiu o dirigente nesta sexta-feira, em Houston, onde no domingo acontece a 17ª etapa válida da temporada. De fato, os japoneses só tornaram público suas intenções há cerca dez dias. Mas se a Cart tivesse optado pelos aspirados há quase um mês, como seu presidente alega, já teria deixado claro fatores importantes relacionados aos novos propulsores, como o tipo de câmbio que será utilizado e a necessidade de adaptação dos chassis. Também poderia ser resolvido se os motores continuarão a ser fornecidos por meio de leasing, como é hoje, ou se cada equipe cuidará do seu. "Todas essas questões estão em estudo. Definiremos em um mês?, prometeu Heitzler. O dirigente afirmou que com os novos propulsores, a intenção, além de reduzir custos, é aumentar a segurança, diminuindo a velocidade dos carros em relação aos atuais. "Se vai reduzir a velocidade eu não sei, pois os engenheiros são feras e podem encontrar soluções que impeçam isso. Mas acho que a troca pelos aspirados é um degrau acima para a Indy. Até porque, para nós, pilotos, temos no acerto do turbo um dos maiores problemas?, afirmou o brasileiro Tony Kanaan, da MoNunn. Heitzler também mostrou desconforto com as perguntas sobre a ameaça representada pela IRL. "Não tomamos nossas decisões por causa da IRL, pensamos em categorias de ponta, como a F-1?, respondeu. Mas o fato é que a decisão de várias equipes de participarem das 500 Milhas de Indianápolis em 2002, mesmo que para isso tivessem que disputar o campeonato da IRL, também pesou na decisão da Cart, anunciada após uma longa reunião com donos de equipes, patrocinadores e fornecedores de motores, que terminou na madrugada desta sexta-feira.

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