F-Renault no embalo do futebol

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Por Agencia Estado
Atualização:

Desta vez, ninguém saiu reclamando do juiz. Brasiliense e Corinthians fizeram nesta sexta-feira o "jogo da vingança?, mas tudo terminou na maior paz. O resultado: 1 a 1 no tempo normal, com vitória paulista por 5 a 3 nos pênaltis. A partida, claro, não decidiu a Copa do Brasil. Foi um amistoso entre pilotos paulistas e brasilienses que disputam a F-Renault. Só lembrou a decisão do torneio nacional porque os jogadores estavam com as camisas dos times. No Brasiliense, todos com a 10 de Wellington Dias; no Corinthians, com a 9 de Deivid. Cada equipe teve apenas cinco jogadores. Nem poderia ser diferente, pois o "campo? foi montado atrás dos boxes do autódromo de Brasília. Pouco mais de 10 metros de extensão, com as marcações feitas com um giz amarelo, arranjado às pressas. Nada de grama. Piloto gosta de asfalto e foi nesse tipo de "terreno? que a bola, um pouco murcha, rolou. E o gol? Bem, o gol, foi daqueles pequenininhos, de 1m20 de comprimento por 62cm de largura. Sem goleiro, lógico. Os paulistas entraram em campo com Gustavo Sonderman, Lucas Di Grassi, Allan Khodair, Renato David e Sérgio Gimenez; os locais jogaram com Gustavo e Alexandre Froizer, Pedro Araújo, Baltazar Júnior e Joaquim Oliveira. Aí, apareceu um problema: o juiz. Ninguém queria ser o Carlos Eugênio Simon da vez. Conversa daqui, procura dali, optou-se por um árbitro neutro: o piloto mineiro Igor Ciampi. Só que, naquele momento, o promotor da F-Renault, Pedro Paulo Diniz, curioso, foi ver o que estava acontecendo. Resultado: virou juiz. "Mas eu não sei apitar?, argumentou. Em vão. Até porque não tinha apito. As marcações teriam de ser feitas na base do berro, foi a instrução. Tudo pronto, o jogo ia começar. Ia porque apareceram uns mecânicos inconvenientes levando um carro para o boxe. Questão de prioridade. Finalmente a bola rolou. Então, deu pena da coitada. Até que tinha jogador com alguma habilidade, como os paulistas Di Grassi e Khodair e o brasiliense Alexandre Foizer. Mas o resto, ainda bem que são pilotos. Termina o primeiro tempo: 0 a 0. O juiz não influenciou no resultado. A rigor, nem teve chance. Por via das dúvidas, Pedro Paulo Diniz passou a missão para Ciampi, que apitou a etapa final, e saiu de fininho. No segundo tempo, o nível do jogo continuou sofrível. O tempo foi passando - ah, cada tempo teve 5 minutos -, até que alguém gritou: "Desse jeito, não vai sair gol?. Recado dado, a solução veio rápida. Aos 3 minutos, Alexandre chutou. A bola ia para fora, mas alguém removeu o gol (isso mesmo, o gol era removível) para a direção certa: 1 a 0 Brasiliense. Indignação geral e troco imediato. Jogo reiniciado, Renato David chuta e Paulão Gomes, piloto de Stock Car e pai do piloto de F-Renault Marcos Gomes, também move o gol e a bola entra: 1 a 1. Detalhe: se nada fosse mexido, a bola iria sair quase na bandeira de escanteio imaginária. Empate no final, decisão por pênaltis. Joaquim de Oliveira desperdiçou sua cobrança e, no fim, Corinthians 5 a 3. Perder pênalti acontece, mesmo quando não tem goleiro, caso de hoje. No vestiário, clima de festa. "Valeu pela brincadeira?, disse Alexandre, o craque do Brasiliense. "Mas na quarta-feira não foi fácil não. Fiquei irado. Até joguei o celular no chão?, revelou o piloto, sobre sua irritação com os erros de Simon. "Mas tudo bem, aqui, vamos vencer.? Di Grassi, que se valeu da experiência jogando futebol no colégio para ser o melhor do Corinthians, saiu insatisfeito com o resultado. "Joguei torcendo pelo Brasiliense?, afirmou. Explica-se: ele torce pelo São Paulo. O Corinthians, aliás, também foi reforçado por outro são-paulino, Gustavo Sonderman, e pelo palmeirense Allan Khodair, que não se fez de rogado. "Do contrário, eles iriam apanhar feio?, disse. "Como vão apanhar na quarta-feira?, provocou.

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