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Fama incomoda e tolhe Schumacher

Por Agencia Estado
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O mais que provável campeão da temporada, Michael Schumacher, é um homem polêmico. Mais por seu comportamento na pista do que por suas frases. Elas não são contundentes, não revelam um ser radical, não repercutem muito na mídia, mas não deixam de traduzir quem é esse alemão de 32 anos, já inscrito como um dos maiores esportistas de todos os tempos. "Eu nasci para correr de carro. Assim que entro nele sinto a necessidade de buscar seu limite, ser o mais rápido que posso. Não vejo como esse ímpeto todo arrefecerá nos próximos anos." Apesar de nunca ser rude com fãs ou com a imprensa, Michael deixa claro que convive mal com a fama. "Sinto-me observado constantemente. Não é uma sensação que aprecio e algumas vezes, até perigoso. Gostaria muito de ter menos dinheiro e maior liberdade para apreciar mais o automobilismo que tanto amo." Mas fora o desgaste de não poder deslocar-se, o que se estende a sua família, Corinna, a esposa, Gina Maria e Mick, os filhos, diz não ter "problemas" na vida. "As pessoas me perguntam quais são os meus desejos, sonhos. Eu lhes respondo quais poderiam ser? Eu e minha mulher nos amamos profundamente, temos duas crianças maravilhosas, estamos garantidos financeiramente, já fui campeão pela Ferrari..." O mundo da Fórmula 1 ficou espantado quando, na entrevista coletiva depois do GP da Itália do ano passado, vencido por ele, Michael iniciou um choro convulsivo. "Creio que Ralf (o imão), ali do meu lado, nunca me havia visto chorar. Foi Ayrton (Senna), eu estava me lembrando dele. Ayrton ainda está bem vivo dentro de mim." Naquela corrida ele igualou a marca de 41 vitórias do piloto brasileiro na Fórmula 1. Michael não se auto-intitula como o mais competente. "Nunca direi que sou o melhor, não é o meu estilo. Para ser sincero, não acredito que seja o melhor. Devem existir pilotos até mais eficientes, mas que não tiveram a chance de demonstrar sua capacidade." O seu espírito aventureiro chegou a lhe causar algum desconforto, no início, com os dirigentes da Ferrari, afinal ele recebe da equipe e seus patrocinadores cerca de US$ 43 milhões por ano. No total, fatura US$ 60 milhões por temporada. "Sempre desejei experimentar o sentimento de liberdade de voar solto no ar. Por isso pratiquei paraquedismo, ano passado nos Estados Unidos, e agora (semana passada) na Suíça." Outra fonte de prazer para o alemão são as motocicletas. A Harley Davidson, norte-americana, lançará uma série de 50 unidades, Michael Schumacher Collection, para homenagear seu famoso fã. O piloto dispõe de um belíssimo modelo e no GP de Mônaco passou pelas ruas do Principado com ela.

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