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Felipe Massa decide se livrar das amarras em uma futura equipe da F-1

Segundo empresário, ele só vai assinar com escuderia que não lhe obrigue a trabalhar para o outro piloto

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Por Livio Oricchio
Atualização:

NICE - Nicolas Todt, francês, 35 anos, filho do presidente da FIA, Jean Todt, confia na permanência de Felipe Massa na Fórmula 1. Ele é o empresário do brasileiro e de dois outros pilotos da competição, o venezuelano Pastor Maldonado, da Williams, e Jules Bianchi, da Marussia. "Felipe é o melhor piloto disponível no mercado. Nenhum outro foi vice-campeão do mundo, tem 11 vitórias, 15 poles e a experiência necessária para o regulamento de 2014", diz.Mas Nicolas adiantou, nessa entrevista exclusiva ao Estado, que o fator principal que orienta as negociações é a liberdade que Massa deverá ter. "Devemos muito à Ferrari. Não teríamos tanto apoio em nenhum outro time. É verdade, também, que situações como aquela vivida, sábado, dentre as muitas experimentadas na Ferrari, comprometem a capacidade de um piloto obter resultados."Se o companheiro está mais bem colocado no campeonato, o francês diz entender que um piloto tenha de trabalhar para a equipe, mas com alguns limites. "Quando Massa saiu do carro depois da classificação, na Itália, depois de ter feito um trabalho melhor que o de Fernando (Alonso), ele não foi cumprimentado. Apenas quiseram entender por qual razão Felipe não havia ajudado Fernando." Massa não reduziu a velocidade para permitir a aproximação de Alonso, o que daria ao espanhol a oportunidade de fazer a volta no vácuo de seu carro, melhorando a marca. "Essas questões nas quais você não pode fazer o seu trabalho porque tem de pensar, primeiro, no êxito do companheiro, desestabilizam um piloto", explica o empresário. "É por isso que, se assinarmos com outra escuderia, terá de ficar bem claro que Felipe não terá de trabalhar para o companheiro." Outro exemplo em que a obrigação de ser útil a Alonso compromete a chance de uma melhor classificação na corrida ocorre nos pit stops. "Felipe não pode fazê-los no instante em que estrategicamente seria o mais indicado para ele porque primeiro são atendidas as necessidades de Fernando."Preocupado em não ferir Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, Nicolas volta ao tema: "A melhor opção para nós e para qualquer piloto seria permanecer na Ferrari. Mas seria bom que não tivéssemos de pensar em nós mesmos apenas depois de ajudar o outro piloto."É importante esclarecer, diz Todt, que não é por essa razão apenas que Massa soma bem menos pontos que Alonso. Este ano, depois de 12 provas, o espanhol, vice-líder, tem 169, e Massa, sétimo, 79. "Porém ajuda muito a explicar. Se continuarmos na Fórmula 1, quero Felipe com a cabeça livre. Tenho certeza de que o veremos diferente, como era quando tínhamos mais liberdade, em 2008."O interesse de Todt em garantir um lugar para seu piloto provém da gana que diz perceber em Massa. "Ele realmente está disposto a mostrar que é ainda o mesmo piloto que perdeu o título por apenas um ponto em 2008, lutando contra um adversário do nível de Lewis Hamilton."Todt pede a palavra: "Gostaria de reforçar que não temos nada contra a Ferrari, pelo contrário. Se Felipe é hoje um piloto consagrado, deve isso à Ferrari, que lhe deu tudo, mesmo em momentos bem difíceis. Estou apenas dizendo que Felipe é mais do que vimos nos últimos anos, mas não pôde demonstrar."Os caminhos são poucos. "Teria de ser num time que desse a chance de Felipe mostrar melhor seu valor. Comecei a trabalhar há dois dias, depois de saber que não ficaríamos na Ferrari", disse Todt, que confirmou estar conversando com a Lotus.

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