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Ferrari aceita negociar mudanças

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Ferrari aceita negociar. É o que se pode depreender das declarações de Jean Todt, seu diretor-esportivo, neste domingo à noite em Interlagos. Sábado, as nove outras equipes da Fórmula 1 assinaram um manifesto exigindo que a Ferrari aceite severas restrições nos testes particulares. A acusação procede: a maior parte do desenvolvimento de pneus Bridgestone usados pela Ferrari é bancada pela própria Bridgestone. Enquanto McLaren, Williams, BAR e Renault, times que competem com Michelin, são obrigados a dispor de recursos próprios para esse trabalho. Além disso, a Ferrari tem dois autódromos, Fiorano e Mugello, ao passo que as demais devem alugar e pagar alto pelo uso das pistas. Nos próximos dias, na Europa, a discussão irá ganhar força. Bernie Ecclestone, promotor do Mundial, e Max Mosley, presidente da FIA, estão com o grupo. A Ferrari está isolada. Nunca houve na história da Fórmula 1 uma mobilização em que todos estivesse tão unidos como essa. Sábado à noite, Paul Stoddard, da Minardi, falando em nome de todos os representantes das escuderias, exceto a Ferrari, passou à imprensa a proposta de limitar os testes, responsáveis em parte pelo maior avanço da Ferrari em relação aos concorrentes. O programa dos GPs teria quatro horas às sextas-feiras, duas de manhã e duas à tarde, para esses treinos, acessíveis a quem desejasse. E seriam reservados apenas 10 dias do início ao fim da temporada para os testes privados. "Se esses times concordarem com a inclusão dos quilômetros extras dessa sexta-feira de treinos, como pretendem, na quilometragem do motor, que em 2005 deverá resistir a 2 GPs, tudo bem", falou Todt. "O mais importante é que busquemos uma decisão em conjunto para essa questão", falou o dirigente. Já é uma postura um tanto flexível. De tarde, o assessor de imprensa da Ferrari, Luca Colajanni, reuniu os jornalistas para protestar contra a atitude das demais equipes. "Nós e a FIA sequer fomos convidados para participar do encontro." O mais impressionante é que até Peter Sauber, da Sauber, time satélite da Ferrari, por lhe fornecer motor e câmbio, assinou o documento que impõe drástica redução de testes particulares.

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