Publicidade

Ferrari faz protesto contra a Michelin

Agora está tudo claro: foi a Ferrari quem protestou contra a Michelin, obrigando a FIA a mudar a regra de verificação da largura dos pneus.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Agora está tudo claro: foi a Ferrari quem protestou contra a Michelin, obrigando a FIA a mudar a regra de verificação da largura dos pneus. "Nós advertimos à FIA. A banda de rodagem dos pneus Michelin são mais largas do permitido. Esses pneus são ilegais e nós não vamos aceitar perder mais", afimou Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, em Monza, onde hoje 18 pilotos treinaram visando as três etapas decisivas do Mundial. É fácil compreender o que está acontecendo na Fórmula 1. A largura máxima da banda de rodagem, a porção do pneu que fica em contato com o solo, é de 270 milímetros no caso dos dianteiros. A Ferrari alega que depois da corrida, quando os carros param no parque fechado para a verificação técnica, os pneus da Williams e da McLaren, da marca francesa, assumem largura maior. Os comissários técnicos a medem antes da prova. Diante do protesto da Ferrari, eles o farão a partir da corrida de Monza, a próxima do campeonato, dia 14, depois de os carros serem recolhidos para o parque fechado. A Bridgestone, fornecedora de pneus da Ferrari, estendeu-se até bem mais que Ross Brawn: "Temos prova de que a largura dos pneus da Williams é de 286 mm, ou 16 milímetros a mais do autorizado", afirmou seu diretor-técnico, Hiroshi Yasukawa. A própria FIA já se manifestou a respeito da reação da Ferrari e da Bridgestone: "Temos razões para pensar que os pneus questionados possam não ser idênticos aos utilizados no começo da temporada", diz seu comunicado. Nas últimas etapas do Mundial, em especial depois da prova de Mônaco, dia 1.º de junho, a Williams dominou quase todas as corridas, algumas de forma assustadora. E o pensamento geral na Fórmula 1 é que os pneus Michelin são os principais responsáveis por essa virada de perspectiva no campeonato, a ponto de fazer de Juan Pablo Montoya, da Williams, o favorito para conquistar o título. Depois do GP da Itália, restarão apenas o dos Estados Unidos, dia 28, e do Japão, 12 de outubro, em Suzuka. Montoya tem apenas um ponto a menos de Schumacher, o líder, 72 a 71, enquanto Kimi Raikkonen, McLaren, 70. A Michelin havia ameaçado não fornecer pneus para seus cinco times se a FIA levasse adiante a idéia de mudar a hora de medir a largura dos pneus, de antes para depois da bandeirada final. "É possível que nossas equipes nem mesmo se apresentem para competir em Monza", disse Pierre Dupasquier, diretor da Michelin, dia 27. "Não há tempo de se projetar e construir pneus em tão pouco tempo." Hoje, no entanto, o mesmo Dupasquier afirmou em Monza: "A nova interpretação das regras promovida pela FIA nos obrigou a reagir. Vocês pensaram, em algum momento, que a Michelin não responderia a esse desafio?" O dirigente contou que os técnicos da fábrica, instalada em Clermont Ferrand, estão trabalhando 24 horas por dia. E hoje a empresa já disponibilizou para suas escuderias os novos pneus, desenvolvidos segundo o que deseja agora a FIA, atendendo ao protesto da Ferrari. Mas Dupasquier já avisou: "Acredito que será impossível definir um método preciso de medir a largura dos pneus depois da corrida porque, quando usados, eles se deformam." Quem imaginou que a bela disputa pelo título nessa reta final fosse se concentrar nos desempenhos de Michael Schumacher, Juan Pablo Montoya e Kimi Raikkonen enganou-se. O foco das atenções, na Itália, estará na concorrência particular entre Michelin e Bridgestone. É possível que a própria Fórmula 1 descubra ao menos parte do extraordinário avanço repentino da performance dos pneus franceses e da Williams. O que fica no ar é: comprovada que esta era a causa principal da recuperação das duas equipes inglesas, Schumacher volta a ser o favorito disparado para obter seu quarto Mundial seguido, o sexto na carreira, superando assim Juan Manuel Fangio, empatado com ele com cinco títulos? A prova de Monza começará a responder muitos desses questionamentos. Ralf Schumacher - O piloto da Williams, que terça-feira sofreu grave acidente na primeira perna da curva Lesmo, em Monza, deixou hoje o hospital San Rafaelle, em Milão, onde passou a noite em observação. Todos os exames não registraram nenhuma lesão. "Ainda sinto fortes dores de cabeça, mas diante das circunstâncias estou bem." Segundo testemunhas, sua Williams capotou várias vezes depois de colidir contra a barreira de pneus. Sam Michael, engenheiro-chefe de pista da equipe, inocentou hoje o piloto de qualquer responsabilidade pelo ocorrido. "Não sabemos ainda o que se passou, mas sabemos já que não foi erro de Ralf." O irmão de Michael Schumacher voou para Salzburgo, na Áustria, onde reside. "Vou descansar alguns dias. Não há no momento nada que me impeça de disputar o GP da Itália, na próxima semana", falou. Seu lugar nos testes da Willliams está sendo ocupado, desde hoje, por Marc Gene. A Williams confirmou também que o estoniano Marko Asmer, de 19 anos, fará alguns testes com seu carro até o fim da temporada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.