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Ferrari impõe sua lei na F-1

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Por Agencia Estado
Atualização:

A direção da Ferrari respondeu apenas nesta segunda-feira ao grupo que se revoltou durante o GP Brasil, formado pelas nove demais equipes da Fórmula 1, exigindo drástica redução no número de testes durante a temporada. Jean Todt, diretor-esportivo da Ferrari, revelou sua proposta na reunião dos representantes dos times, em Londres: 15 mil quilômetros de testes por equipe mais 15 mil para cada fabricante de pneus, que seriam distribuídos entre seus parceiros. Foi claro também o que acontecerá se os "rebeldes" não aceitarem: "Estaremos livres para testar onde e como bem entendermos", afirmou Todt. Os adversários da Ferrari sabem que um dos grandes motivos de a equipe ser tão eficiente é seu programa de testes, o mais extenso e abrangente da Fórmula 1. A maior parte do desenvolvimento do carro e dos pneus é bancada pela Bridgestone, sua fornecedora de pneus. No sábado da prova de Interlagos, dia 23, os diretores das nove demais escuderias do Mundial encaminharam um ultimato à Ferrari: apenas 24 dias de testes, do início ao fim do campeonato. Mas todos sabem que sem a sua aprovação nada será alterado. O Acordo da Concórdia, conjunto de regras que rege a Fórmula 1, exige que qualquer mudança dessa natureza conte com a aprovação de todos os times. Foi por isso que, nesta segunda-feira, Todt declarou a respeito da proposta da Ferrari para reduzir os testes: "Ou aceitam ou fica tudo como está." Se existe algo que, de fato, pode aproximar a concorrência à escuderia de Michael Schumacher e Rubens Barrichello é a limitação de testes, daí a importância da discussão. No fundo, é também o sucesso do próximo Mundial que está em jogo. Pelos cálculos da Ferrari, cada carro percorre por dia de treino cerca de 400 quilômetros. Como normalmente os testes são com dois carros, as equipes somam 800 quilômetros por dia. A proposta dos rebeldes é de 24 dias, o que dá 19.200 quilômetros. A Ferrari propõe até menos, 15 mil quilômetros, ou 18 dias de testes (15.000/800), mas dá liberdade para outros 15 mil para cada fabricante de pneus. A Michelin teria de dividir esses quilômetros entre seus sete times, enquanto a Bridgestone daria os 15 mil apenas para a Ferrari, já que Jordan e Minardi, as outras duas equipes que usam os pneus japoneses, quase nunca treinam. Na prática, a Ferrari ganharia outros 18 dias de testes, o que daria no total 36 dias, bem mais dos 24 defendidos pelos rebeldes. E não há indícios de a Ferrari ceder, mesmo diante da enorme pressão até de Bernie Ecclestone, promotor do campeonato, e Max Mosley, presidente da FIA. Ruim para a Fórmula 1. ECCLESTONE - O juiz Andrew Park, do Tribunal Superior de Londres, definiu como "correta" a solicitação dos três bancos sócios do dirigente na holding que detém os direitos comercias da Fórmula 1, Slec. Eles desejam participar das decisões da empresa, hoje conduzida apenas por Ecclestone, mesmo sendo proprietário de 25 %, enquanto os bancos possuem 75%.

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