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FIA estuda meio para frear a Ferrari

A entidade estuda a possibilidade de colocar peso extra em carros que estiverem muito mais rápido que outros: medida visa tornar a F-1 mais competitiva.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pode ser que não dê em nada, mas ao menos Bernie Ecclestone, o promotor da Fórmula 1, e Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), estão fazendo a sua parte: hoje a entidade encaminhou para as 11 equipes inscritas no Mundial um dossier com proposta para mudar radicalmente a competição. Objetivo: torná-la mais competiva e aumentar o interesse do público. A principal alteração do pacote da FIA é a introdução do lastro. A cada ponto conquistado o piloto levaria um quilo a mais no seu carro. Tudo está agora nas mãos dos representantes das próprias escuderias. São eles que irão decidir o que desejam para a Fórmula 1. Hoje Mosley afirmou: "Há um consenso de que precisamos fazer algo. Essas mudanças contrariam algumas de nossas tradições, mas são necessárias para manter o interesse pelo esporte." Embora faltem ainda mais esclarecimentos, pelo divulgado hoje pelo site da revista inglesa Autosport, a Fórmula 1 adotaria um sistema semelhante ao utilizado há anos no Campeonato Alemão de Turismo e já até tentado, sem sucesso, de ser introduzido no Mundial por Ecclestone há alguns anos, quando Michael Schumacher ganhou quase tudo com a Benetton, em 1995. Pela atual proposta de Mosley, se Schumacher vencer a etapa de abertura do campeonato de 2003, por exemplo, na Austrália, na prova seguinte, Malásia, o peso mínimo da sua Ferrari seria 608 quilos, com ele dentro, e não 600 como na primeira corrida, isso porque Mosley está propondo que o vencedor some apenas 8 pontos em vez dos atuais 10. Esse critério acompanharia as 17 etapas da temporada. "Não estamos querendo punir ninguém (referindo-se à Ferrari), apenas tentando tornar as corridas mais competitivas", falou hoje Ecclestone, fazendo coro a Mosley. Outra alteração e tão polêmica quanto a anterior é a proibição de mudanças na concepção aerodinâmica do carro. A equipe definiria o que quer para o campeonato e apenas uma modificação seria autorizada ao longo do ano. De novo Mosley terá de dar mais detalhes de como pretende viabilizar a idéia. Da forma como a Autosport divulgou, a iniciativa não faz sentido. Esta é conhecida de todos já na Fórmula 1: treinos classificatórios nas sextas-feiras e nos sábados, como até 1996, e não mais apenas no sábado. Mas com uma mudança: duas sessões de meia hora a cada dia. Os tempos seriam somados e dividido por dois, correspondendo assim à média aritmética. O pacote da FIA prevê ainda cortes drásticos nos testes particulares das equipes. Até o fim do mês terá de haver uma decisão sobre o que será alterado nos regulamentos técnico e esportivo da Fórmula 1. Algumas soluções a serem adotadas nos carros de 2003 estão vinculadas a essas mudanças. Já em Suzuka está prevista uma reunião com os representantes das escuderias para uma tomada inicial de posição. A última etapa do Mundial, portanto, se dentro da pista não tem muito o que definir, fora dela não é erro afirmar que o próprio futuro da Fórmula 1 estará em jogo.

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