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Disputa acirrada entre Verstappen e Hamilton expõe rixas e promete 'tudo ou nada' nos últimos GPs

Entrevista de Toto Wolff eleva tom e deve ter reflexos na luta pelo título da temporada 2021 da Fórmula 1

Por Marcos Antomil
Atualização:

Max Verstappen e Lewis Hamilton disputam intensamente o título de 2021 da Fórmula 1. Esse cenário não era visto desde 2016, quando o britânico teve seu desempenho superado pelo alemão Nico Rosberg. Na atual temporada, após 17 corridas, Verstappen lidera o campeonato mundial com 287,5 pontos, apenas 12 à frente de Hamilton.

Restando cinco Grandes Prêmios para o encerramento da temporada (México, Brasil, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), a luta pelo troféu promete entrar em uma fase ainda mais competitiva, com os dois pilotos indo para o 'tudo ou nada', repetindo brigas por posição, como as vistas em Silverstone e Monza, que terminaram em acidentes.

Lewis Hamilton e Max Verstappen trocam cumprimentos no pódio do GP dos EUA Foto: REUTERS/Brian Snyder

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No GP dos EUA, novo desentendimento entre holandês e britânico deixou o circo da Fórmula 1 em ebulição. Hamilton descumpriu um acordo de cavalheiros entre os pilotos e atrapalhou a tomada de tempo de Verstappen em um dos treinos livres em Austin. O líder do campeonato se exaltou, desferiu xingamentos e mostrou o dedo médio para o rival.

Toto Wolff, chefe da equipe Mercedes, colocou mais lenha na fogueira em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal britânico Daily Mail. O austríaco afirmou que Christian Horner, chefe da Red Bull, está agindo como um ator devido às gravações da série "Drive to Survive", da Netflix. “Sinto que ele é um dos protagonistas de uma pantomima. As pessoas têm um microfone na frente ou uma câmera e começam a se comportar como pequenos atores, como em Hollywood", criticou.

Wolff também fez um prognóstico de como poderá ser concluída a disputa do troféu caso Hamilton e Verstappen cheguem em pé de igualdade ao último GP em Abu Dhabi. “Se chegarmos à última corrida em Abu Dhabi e eles estiverem ainda disputando o título um com o outro, quem estiver na frente com certeza vai tentar fazer o mesmo que nos anos Senna/Prost.”

Em 1989 e 1990, no GP do Japão, em Suzuka, Ayrton Senna e Alain Prost se encontraram na pista, no fim da reta dos boxes, e acabaram causando acidentes e abandono das corridas. Em 1989, depois da colisão, o brasileiro ainda colocou o carro de volta na pista, empurrado pelos fiscais, e venceu a prova, mas acabou desclassificado e sem o troféu. No ano seguinte, cena quase idêntica, mas, dessa vez, o favorecido foi Senna, que conquistou seu segundo título. Outras situações semelhantes foram vistas nas batalhas Hamilton x Rosberg, Webber x Vettel, Alonso x Schumacher e Schumacher x Villeneuve, que marcaram a história da Fórmula 1.

Nos últimos 10 anos, apenas três vezes o campeonato foi decidido na última prova. Em 2012, Vettel superou Alonso em Interlagos e faturou seu tricampeonato. Dois anos depois, Hamilton deixou Rosberg para trás e conquistou seu segundo título mundial vencendo a prova de Abu Dhabi, que naquele ano tinha pontuação dobrada para impedir que o troféu fosse definido com tanta antecedência. E o mais recente foi em 2016, novamente em Abu Dhabi, mas com situações invertidas, quando Rosberg derrotou Hamilton e obteve seu único título na categoria máxima do automobilismo mundial.

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A Fórmula 1 desembarca no México neste fim de semana, para a disputa da 18ª etapa da temporada. A primeira atividade acontece na sexta-feira, às 14h30 (horário de Brasília). No sábado, às 17h, haverá o treino que define o grid de largada. A corrida será no domingo, às 16h.

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