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Fórmula Indy 'recomeça' unida, mas preocupada, em Miami

Reunificada, categoria sonha em recuperar prestígio nos EUA e no mundo, a partir da prova deste sábado

Por Milton Pazzi Jr
Atualização:

Após 12 anos de cisão, a Fórmula Indy está de volta, com a fusão da agora falida e extinta Champ Car com a Indy Racing League (IRL), de Tony George, o dono do circuito de Indianápolis. E quase sobrecarregada. É que serão 26 carros no grid de largada desta primeira etapa, o GP de Homestead, em Miami, que acontece neste sábado às 21 horas (de Brasília, com Band). Um recomeço, na visão geral, cercado de bons motivos, mas com muitas preocupações. Veja também:  Conheça os pilotos e as equipes da temporada 2008  Confira o calendário e o sistema de pontuação  Surpresas na frente no GP de Homestead: Dixon é pole O inchaço no grid (a Fórmula 1 tem 22, como comparativo), que contará com seis brasileiros - Bruno Junqueira, Enrique Bernoldi, Hélio Castroneves, Tony Kanaan, Vítor Meira e o novato Mário Moraes, de 19 anos - preocupa pela falta de conhecimento técnico por parte das equipes que migraram para a categoria. Todas receberam o equipamento de graça (economia de quase US$ 4 milhões, ou R$ 7 milhões), mas não tiveram tempo para conhecê-los e treinar, pois a fusão foi acertada no mês passado. As principais diferenças técnicas são duas, para quem estava na Champ Car: o motor Cosworth turbo, com 800cv, foi trocado pelo Honda aspirado com 650cv, menos potente, e os chassis, agora, são da Dallara. Além do tipo de pistas: ovais e mistas. "Só corremos em circuito misto no ano passado [na Champ Car]. Agora, a maioria volta a ser oval. A dificuldade é que estamos pegando o carro em cima da hora e até pegar os macetes vai demorar", reconhece Bruno Junqueira, um dos que mudaram de categoria. OVAL É PROBLEMA Este discurso de preocupação é reforçado por Enrique Bernoldi. "Se a migração tivesse sido feita em novembro, dezembro, as equipes se preparariam melhor, mas infelizmente tem um preço a pagar e somos nós da Champ Car que vamos pagar. O orçamento de quem vem é menor e é duro. Nas pistas mistas nem tanto, mas com certeza, sendo realista, o atraso vai complicar sim". Vitor Meira explica o problema. "O acerto de oval é fino, não permite erro. Se o carro está ruim, esquece, você não fará milagre. No misto, você pega uma zebra aqui, ali e consegue compensar. No oval esquece. Não adianta só ser bom piloto, que se o vento muda, já era. Tem de ter carro bom na corrida." Tony Kanaan, já veterano de F-Indy, demonstra a preocupação com a segurança. "São mais carros, não estávamos acostumados com isso. O acerto terá de ser diferente, equipes e pilotos novos, a expectativa é grande de sucesso sim. Tivemos uns testes bons, mas ninguém treinou junto. O teste de verdade será a corrida", pondera. FAVORITISMO Por causa destas diferenças, a expectativa é que o título da temporada fique entre as equipes que já estavam na Indy, ou seja, entre as fortes e tradicionais Andretti Green, Chip Ganassi e Penske. É nelas que estão Hélio Castroneves, a bela Danica Patrick, Tony Kanaan e o inglês Dan Weldhon. Estes times e pilotos já foram os mais rápidos nos poucos testes de preparação. Castroneves, aliás, começa a temporada com o status de personalidade, após vencer no ano passado um concurso de dança da televisão norte-americana. "Ganhando o campeonato de dança - algo que nunca pensei que ia acontecer - minha popularidade aumentou 80%. Isso só vem a acrescentar no fato de levar público para a corrida, por conquistarmos outros fãs. Na pista, na corrida, na preparação, não muda tanto", garante. DESPEDIDA Para se adequar ao calendário da F-Indy, a temporada terá um último final de semana dividido. Será no dia 20 de abril, quando acontecerão os GPs de Motegi, no Japão, e Long Beach, nos EUA, este pela Champ Car. Os pontos valerão para o mesmo campeonato. A organização não conseguiu cancelar uma das corridas porque, estima-se, a multa cobrada pelos administradores dos autódromos seria de cerca de US$ 100 milhões (R$ 174 milhões).  

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