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Futuro de Helinho pode ser a IRL

Como a sua equipe, Penske, está cada vez mais propensa a trocar a Indy pela IRL, o piloto brasileiro tem chances de mudar junto em 2002.

Por Agencia Estado
Atualização:

Se fosse verdade, Hélio Castro Neves provavelmente esboçaria alguma reação, mesmo desmentindo. Sério, o piloto brasileiro, no entanto, garante que não teve nenhum desentendimento com Roger Penske - boato que surgiu recentemente - e que continua na equipe no ano que vem. Resta saber, agora, em quais pistas ele vai correr. Comenta-se em Surfer´s Paradise que a Penske reduzirá sua força na Indy para entrar na IRL (Indy Racing League), mudança que pode atingir Helinho em cheio. Nesta turística praia da Gold Coast, litoral leste da Austrália, a Indy chega neste domingo à penúltima etapa do campeonato, que pode dar ao brasileiro Gil de Ferran seu segundo título consecutivo com a própria Penske. Devido ao fuso horário, os treinos livres serão disputados na madrugada desta sexta-feira (no horário brasileiro) e a sessão que define o grid de largada está marcada para começar à 1h45 de sábado. A prova acontece na madrugada de domingo. Se na pista a disputa pode ser definida nos próximos dias - Gil tem 26 pontos de vantagem sobre o sueco Kenny Brack e 38 sobre Hélio Castro Neves -, fora dela ainda há muita coisa em jogo. Além das usuais negociações entre equipes, pilotos e patrocinadores, um ingrediente mais picante que o comum foi acrescentado ao fim de ano da Indy. A Penske, uma das mais tradicionais e fortes equipes da categoria, pode deixá-la, nem que seja em parte, para viabilizar seu projeto de disputar a IRL, categoria dissidente criada há apenas alguns anos e que, aos poucos, vai dominando o mercado norte-americano de monopostos. Os pilotos evitam o assunto, mas falam de forma tão vaga sobre a temporada 2002 que o boato parece fazer sentido. Helinho e Gil têm a mesma resposta: são funcionários da Penske (ambos têm contrato por mais um ano) e vão fazer o que o patrão (Roger Penske) quiser. Romântico, Gil afirma que o coração e a cabeça estão com a equipe: "Meu elo é com a Penske, vou fazer o que é melhor para eles. O que dá para adiantar é que eles estão estudando mais coisas que no ano passado." Com uma feição meio desiludida, Helinho admite que passar o ano inteiro correndo nas pistas ovais da IRL "não seria ideal", mas sabe que a escolha não é sua. "Se eles forem para a IRL, Velotrol, o que seja, tenho que ir." O flerte entre a Penske e a IRL não é novo, tanto que a equipe disputou duas provas desta categoria no primeiro semestre: Phoenix e Indianápolis, em cujas tradicionais 500 Milhas Helinho conquistou a maior vitória de sua carreira. Em seguida, a direção da Indy tomou decisões que fizeram os chefes da escuderia pensarem mais seriamente ainda a respeito da mudança. Segundo Tim Cindric, vice-presidente da Penske, a exclusão das corridas de Nazareth e Michigan do calendário do ano que vem reduziu o interesse na Indy. As duas praças são consideradas comercialmente importantes. No caso de Nazareth, além de ser próxima à sede da equipe (Reading, na Pensilvânia), é um mercado forte de seu principal patrocinador, o fabricante de cigarro Philip Morris, que põe a marca Marlboro nos carros. Só que a Honda, que fornece motor para a equipe, tem interesse na Indy e não gostaria que a Penske simplesmente sumisse. Assim, uma opção seria deixar apenas um carro na categoria (pilotado por Gil de Ferran, que deverá ter outro campeonato a defender no ano que vem) e mandar Helinho, já com um título das 500 Milhas de Indianápolis no currículo, para a IRL. O futuro da Penske deve ser anunciado até o próximo fim de semana, quando será disputada a última etapa da Indy, em Fontana. Até lá, o calendário oficial da próxima temporada deverá ter sido finalmente divulgado - estão pendentes as corridas de Las Vegas, que deve inaugurar o campeonato, e Miami -, permitindo que a equipe defina seus planos. Perder a Penske seria mais um duro golpe para a Indy.

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