Gil de Ferran aprova carros da IRL

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Por Agencia Estado
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Gil de Ferran, bicampeão da Indy, que é organizada pela Cart (2000/2001), correndo pela Penske, encerrou os dois primeiros testes coletivos da equipe na Indy Racing League com uma certeza: os monopostos Dallara/Chevy são perfeitos para os circuitos ovais em que corre a categoria. O piloto brasileiro também chegou a uma outra conclusão: a equipe ainda tem muito para aprender correndo agora exclusivamente na IRL. A equipe Penske abandonou a Cart - que está em crise com a saída de vários patrocinadores, incluindo alguns dos principais das grandes equipes. Roger Penske decidiu disputar apenas o campeonato da Indy Racing League, a IRL, em 2002. Inicialmente havia se cogitado de apenas Hélio Castro Neves, o outro brasileiro da equipe e ganhador das 500 Milhas de Indianápolis no ano passado, correr na IRL, ficando Gil de Ferran na Indy. A exigência da passagem à IRL foi da empresa Philip Morris, que patrocina a equipe e quer ver o logotipo da Marlboro no circuito de Indianápolis (onde corre a IRL e onde alguns carros da Indy correram no ano passado). Segundo a legislação norte-americana, uma empresa de tabaco pode patrocinar eventos motorizados apenas em uma categoria dentro daquele país. Por isso, por exemplo, o logotipo da Marlboro não aparece nos carros da Ferrari durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1. "Tudo ainda é muito novo para nós. Estamos aprendendo juntos. Mas acho que já fizemos bons progressos", diz o brasileiro Gil de Ferran. A equipe manteve na IRL os mesmos profissionais que usava na Cart, incluindo os pilotos, Gil de Ferran e Hélio Castro Neves. No ano passado, estreando na categoria, a equipe disputou as provas de Phoenix e Indianápolis. Acabou surpreendendo ao fazer a dobradinha Helinho e Gil em Indianápolis. "Fomos muito bem na corrida. Ninguém esperava aquilo. Mas isso não quer dizer que já dominamos a tecnologia da IRL. Isso ainda está muito distante." Para Gil, os monopostos da IRL - Dallara/Chevy em sua maioria - são perfeitos para os traçados ovais da categoria. "Se a IRL passar mesmo a correr em traçados mistos, os carros terão de mudar. Mas nos ovais eles são muito eficientes. Só agora estou percebendo isso." No ano que vem, os carros serão modificados com mudanças de motor e caixa de câmbio. E possivelmente ficarão ainda mais velozes. Segundo Gil, os chassis Dallara e G-Force estão no mesmo nível. Mas os motores Chevy continuam rendendo mais do que os Infiniti, da Nissan. Gil ainda sente saudades da Cart. "Corri lá sete anos. Fiz bons amigos e gosto da categoria. Mas não sou de ficar lamentando. Vou em frente. Essa é a regra do automobilismo", comenta. Depois dos dois testes de inverno - Fontana e Phoenix - o piloto também concluiu que do ponto de vista promocional a IRL está se transformando rapidamente na grande categoria dos monopostos norte-americanos. "Eles sabem divulgar seus eventos e valorizar o que têm. Isso é muito importante. Estou impressionado." O piloto brasileiro não se considera favortito. Prefere ser visto quase como um estreante nesta temporada. "Os títulos que ganhei na Cart fazem parte da minha experiência profissional. Acrescentam muito ao meu currículo. Mas não me dá o gabarito de chegar aqui como favorito. A mudança é grande." Além disso, Gil percebeu que enfrentará pilotos rápidos e muito ousados. "Sam Hornish Jr., o atual campeão, Buddy Lazier, Jacques Lazier e mesmo o veterano Eddie Cheever não brincam em serviço. É difícil superá-los na pista." A temporada da IRL começa em 2 de março, sábado, no circuito de pista de Homestead, Miami, uma das pistas favoritas de Gil. "Sempre gostei de correr nessa pista com os carros da Cart. É um circuito seletivo e veloz. Será nossa estréia no campeonato. Pela primeira vez a Penske enfrentará o desafio de lutar pelo título. Nossa presença tem de ser marcante."

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