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GP Brasil de F1 sofre duras críticas

Segundo o coordenador da McLaren, Jo Ramirez, se o nível do evento não melhorar, "o GP do Brasil, que é uma desgraça, estará com os dias contados".

Por Agencia Estado
Atualização:

A imagem do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 está ruim a ponto de abalar velhas amizades na Fórmula 1. O coordenador técnico da McLaren, o mexicano Jo Ramirez, fez nesta quinta-feira pesadas críticas à organização ao evento e ao autódromo de Interlagos. O mexicano disse à Agência Estado que se o nível do evento não melhorar, "o GP do Brasil, que é uma desgraça, estará com os dias contados". Na opinião de Jo Ramirez, só se pensa no autódromo de Interlagos uma semana antes do GP e as promessas de melhorias no autódromo nunca são cumpridas. "Os telefones não funcionam, nem os faxes. O paddock está cheio de buracos e o estacionamento, cada vez pior e cheio de lama", criticou. O coordenador da McLaren ressaltou que essa não é uma opinião pessoal. "Todos na Fórmula 1 pensam dessa maneira. E eu acho uma pena, porque sou um dos maiores defensores do GP. Trabalhei com pilotos como Émerson Fittipaldi e Ayrton Senna. Tenho muito carinho pelo Brasil, por isso acho uma pena que o GP esteja cada vez pior." O organizador da prova no Brasil, Tamas Rohonyi, ficou furioso ao saber das declarações do mexicano. "Jo Ramirez não está qualificado para falar se algum país pode ou não perder seu Grande Prêmio. Ele é um grande amigo meu, mas este tipo de comentário está fora de suas atribuições", reagiu. Depois, um pouco mais calmo, tentou ser polido. "Talvez ele tenha sido mal interpretado ou se expressado mal." Tamas Rohonyi, porém, reconhece a deterioração de Interlagos, circuito que passou pela última grande reforma há 11 anos, quando o GP do Brasil saiu de Jacarepaguá e voltou a São Paulo. Além de lama e buracos, as goteiras na sala de imprensa expõem o problema para jornalistas de todo o mundo. "Autódromo é rigorosamente igual a indústria automobilística", comparou. "Quando se lança um novo produto, o anterior fica defasado. Nos últimos anos, foram construídos autódromos com tecnologia diabólica, como em Sepang, Magny Cours e Barcelona, e os parâmetros de comparação mudaram." Como acontece todos os anos, a Prefeitura de São Paulo e a Interpro, empresa de Rohonyi, prometem elaborar um plano de recuperação total de Interlagos. Enquanto isso, outros envolvidos com o GP fazem críticas semelhantes às de Ramirez. Os suíços da Tag Heuger, responsável pela cronometragem nas corridas de Fórmula 1, reclamam que apenas em Interlagos e Mônaco a central fica fora do paddock. No caso brasileiro, a distância entre a tenda montada para a cronometragem e a região dos boxes é de quase um quilômetro. "Perde-se muito tempo em deslocamentos", lamentou Jean Campiche, engenheiro eletrônico suíço responsável pela cronometragem.

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