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GP da Itália pode sair do calendário da Fórmula 1 em 2017

Organizadores têm dificuldades para renovar o contrato da prova

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Por Redação
Atualização:

A Itália vai reagir para não repetir o exemplo da Alemanha e perder o direito de receber a Fórmula 1. O novo responsável pela corrida em Monza, o ex-piloto Ivan Capelli, prometeu que no próximo mês terá uma decisiva reunião com o chefe da categoria, Bernie Ecclestone, para discutir as condições da renovação de contrato para a realização da prova depois de 2016.

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A Itália está no calendário desde a primeira temporada, em 1950, e foi palco do primeiro título mundial do Brasil, com Emerson Fittipaldi, em 1972, pela Lotus. Agora o país luta para não sucumbir às mesmas exigências financeiras que já atingiram outras provas tradicionais, como a Alemanha, que cancelou a presença neste ano, e a França, fora desde 2009.

A FIA cobra cerca de R$ 63 milhões para cada realização de corrida na Europa. A taxa só é menor para Mônaco, que, pela relevância histórica, paga R$ 42 milhões.

Prova tradicional pode sair do calendário Foto: Stefano Rellandini/Reuters

"Monza não é apenas o palco de um determinado esporte, mas faz parte da história do meu país. Desde 1922, nós nunca tivemos problemas sobre cancelamento com algumas categorias por motivos financeiros", disse Capelli. O ex-piloto está no comando da empresa organizadora da corrida e admite a dificuldade financeira para cumprir as exigências. 

As conversas pela renovação se arrastam desde o ano passado. Durante o último GP da Itália, Ecclestone reclamou que o contrato atual é desastroso para a Fórmula 1 e explicou que os maus resultados recentes da Ferrari nas últimas temporadas derrubaram no país a audiência na televisão.

A nação sede da Ferrari jamais ficou fora da Fórmula 1 e apenas uma vez em 65 temporadas a corrida italiana não foi em Monza. Em 1980 o autódromo passava por reformas depois da morte do sueco Ronnie Peterson e a prova teve de ser transferida para Ímola. Monza se destaca ainda por ser o circuito mais rápido da categoria.

No mês passado a Alemanha cancelou a participação em 2015 depois de deixar em dúvida qual autódromo receberia a prova. Os promotores de Hockenheim e também de Nurburgring não acharam viável bancar o investimento necessário para aparecer no calendário. Depois de 61 anos o país não terá uma etapa de Fórmula 1.

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O caso alemão deixa Capelli ao mesmo tempo preocupado e esperançoso. Em entrevista ao jornal italiano Corriere Dello Sport o chefe da corrida disse que o cancelamento mostra que Ecclestone não poupa ninguém. "A Alemanha tem a Mercedes, a atual campeã dos construtores, além do tetracampeão Sebastian Vettel, que está na Ferrari. Nem assim adiantou".

Mas o ex-piloto afirmou que a ausência da etapa pode abrir caminho para a Itália receber os fãs da Fórmula 1 que haviam planejado ir à Alemanha.

Além do título de Emerson Fittipaldi, o GP da Itália guarda outras memórias importantes para o automobilismo brasileiro. Foram seis vitórias no país, incluindo a última do Brasil no categoria, com Rubens Barrichello, pela Brawn, em 2009.

ÁSIA

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Assim como a Itália, países como a Espanha e a Bélgica também têm o contrato para a realização das corridas válido somente até 2016 e vivem o mesmo suspense.

A temporada deste ano terá 11 das 19 corridas longe do velho continente. A categoria tem concentrado esforços na Ásia, que já tem seis provas no calendário e ganhará mais uma no ano que vem. O GP do Azerbaijão está confirmado, com uma pista de rua localizada na capital do país, Baku, às margens do Mar Cáspio.

A aparição da Ásia no calendário se acelerou a partir de 1999, com a entrada da Malásia. Até então, apenas o Japão recebia a Fórmula 1. Nos últimos anos, a categoria foi atraída pelos investimentos existentes no continente e passou a incluir na agenda corridas em países que não tinham tradição no automobilismo.

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Índia e Coreia do Sul, por exemplo, já até saíram do calendário, enquanto Bahrein, Abu Dabi e Cingapura ganharam destaque pela realização de provas noturnas e estão mantidas.

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