GP de F-1 deixa príncipe eufórico

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Por Agencia Estado
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O príncipe Shaikh Salman bin Hamad Al Khalifa estava eufórico, neste domingo, depois da corrida. Ele foi o grande idealizador de levar a Fórmula 1 para o Bahrein. "Acho que passamos uma bela mensagem para o mundo, objetivo maior da nossa iniciativa", disse. "Sinto-me muito satisfeito em perceber, e pelo retorno que tive também, que as pessoas gostaram da nossa acolhida." Al Khalifa foi mais fundo na questão da imagem: "As pessoas pensam apenas algo muito negativo a nosso respeito. Espero que agora elas vejam que temos muito o que oferecer também." Ele se referia ao que se pensa do islamismo, sempre associado a ações radicais. +++++ E a moda de novos e inesperados países entrarem no calendário parece que vai pegar. Neste domingo outro líder árabe, o coronel Muhamar Kadafi, da Líbia, não compareceu no Circuito de Bahrein, como chegou a anunciar, mas enviou uma delegação para negociar com Bernie Ecclestone a inclusão da sua nação no Mundial. E a informação que chegou à imprensa é a de que ele não está questionando nada a respeito de investimentos. O próprio arquiteto alemão Herman Tilke, responsável pelos últimos autódromos da Fórmula 1, foi convidado a visitar Trípoli, capital da Líbia, para iniciar seus estudos. A Fórmula 1 seria perfeita para sedimentar de vez a aproximação de Kadafi com a comunidade internacional. +++++ Dentre as autoridades convidadas para o GP de Bahrein estava o rei Juan Carlos, da Espanha, que assistiu à sessão de classificação para o grid, sábado, dentro do box da Ferrari. Vários integrantes das famílias reais ou do alto escalão do governo de países próximos, como Arábia Saudita, Quatar, Emirados Árabes, acompanharam a corrida junto do rei Hamad bin Isa Al Khalifa e de seu tio, Shaikh Khalifa bin Salman Al Khalifa, atual primeiro ministro. +++++ Paulo Maluf estava entre os convidados. Sábado tentou entrar no paddock, mas como não era credenciado para aquela área, onde ficam os pilotos, foi barrado nas catracas. Gesticulou, argumentou mas não deu certo. Não o deixaram entrar. +++++ Cerca de duas horas antes da largada Michael Schumacher assumiu o comando do microfone que alimentava os alto-falantes do circuito para anunciar o sorteio de uma Ferrari 360 Modena entre os que adquiriram ingresso para a prova. Foram comercializados cerca de 30 mil. O carro vale 100 mil euros. "Atenção, quem vai ganhar a Ferrari"...dizia o piloto, enquanto buscava com a mão direita a cédula do vencedor. "É você o ganhador?", perguntou Schumacher apontando para a arquibancada em frente o box, com desenvoltura de apresentador. +++++ Quem não soubesse da história daquele carro antigo ali na frente dos que transportavam os pilotos na sua volta de apresentação para o público não entenderia muito bem. Foi, na realidade, uma honraria do rei Hamad para com o evento. Seus assessores explicaram que aquele Dodge Power Wagons era o responsável pelo transporte de engenheiros e técnicos em 1930, quando o petróleo começou a ser explorado no Bahrein. O veículo faz parte da coleção pessoal do rei e é o que mais ele estima. A riqueza do país começou com o trabalho daquele Dodge Power Wagons. ++++ O filho do rei, o príncipe, Shaikh, disse reconhecer a importância histórica do Dodge Power, mas prefere para seu uso carros mais modernos. "Possuo dois modelos Ferrari." E depois da corrida comentou que torceu para seu time preferido, a Ferrari, "felizmente a vencedora." Já o seu assessor direto e presidente do Circuito de Bahrein, Muhamed Al Khalifa, comentou: "Para a Fórmula 1 seria melhor se outra equipe vencesse."

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