GP dos EUA longe do fracasso

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Por Agencia Estado
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Cada espectador, dos 175 mil presentes neste domingo no Indianapolis Motor Speedway, ganhou na entrada uma bandeira dos Estados Unidos. Distante de gerar medo nos norte-americanos, o GP de Fórmula 1 serviu de manifestação de cidadania, vista no mundo todo. Quando Patti LaBelle começou a cantar "God Bless America", música que por vezes substituiu o hino do país depois dos atentados terroristas do dia 11, quase todos entraram no coro e, de pé, agitavam suas bandeiras, compondo cena de forte emoção. Na TV, ainda neste domingo de manhã, o presidente George Bush solicitava aos norte-americanos que retomassem suas vidas normais. O sucesso da prova de Indianápolis, primeiro evento esportivo internacional depois da tragédia da nação, foi um grande exemplo do que pediu Bush. As provas do Mundial de Fórmula 1 são transmitidas apenas por TV a cabo nos Estados Unidos. Neste domingo, no entanto, a importante rede ABC a transmitiu ao vivo. "A Fórmula 1 ficará aqui apenas mais 25 anos", afirmou Bernie Ecclestone, referindo-se ao sucesso alcançado, enquanto Chris Pook, promotor do GP de Long Beach da Fórmula Indy, disse: "Seria bom se a Fórmula 1 tivesse mais um GP aqui." A festa cívica organizada no circuito mais famoso dos Estados Unidos contou com a apresentação do "Coral das Crianças de Indianápolis." Como se todos tivessem ensaiado, público e coral entoaram o hino nacional. Foi o instante em que mais se sentiu o quanto os cidadãos foram atingidos pelo ocorrido em Nova York e Washington. Era possível ver, com freqüência, pessoas chorando enquanto cantavam. Como que representando o pensamento de muitos americanos, que não desejam uma resposta militar indiscriminada, John Mellencamp convocou os torcedores a acompanhá-lo em "Peaceful World." O clima criado pela série de eventos programados para antes da largada cumpriu o planejado pelo promotor do show, Tony George, proprietário do circuito. "Tudo funcionou aqui, até o tempo (18 graus e céu completamente azul) ajudou. Não há um único objetivo que não tenhamos atingido no fim de semana", afirmou George. Até mesmo o número de espectadores, que pensava-se seria muito menor que no ano passado, o de estréia da Fórmula 1 em Indianápolis, esteve longe de decepcionar. Bernie Ecclestone, grande incentivador para que o GP dos Estados Unidos não fosse cancelado, acompanhou tudo de perto.

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