Guerra dos pneus ficou para a Malásia

A esperada "guerra dos pneus" entre Bridgestone e Michelin acabou se transferindo da etapa de abertura do Mundial, na Austrália, para Sepang.

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Por Agencia Estado
Atualização:

A tão divulgada "guerra dos pneus" entre Bridgestone e Michelin acabou se transferindo da etapa de abertura do Mundial, na Austrália, para Sepang, próximo a Kuala Lumpur, onde será disputado no fim de semana o GP da Malásia, segunda corrida do campeonato. Na prova de Melbourne, dia 4, a vantagem foi toda da Bridgestone, marca dos sete primeiros colocados. Os próprios pilotos das equipes da Michelin, Williams, Jaguar, Benetton, Prost e Minardi, não escondem que seus pneus são ainda mais lentos que os da Bridgestone. Mas há também unanimidade quanto à reestréia dos franceses na competição: esteve "acima das expectativas" definiu, por exemplo, Ralf Schumacher, da Williams. Ele foi o melhor classificado da Michelin no grid, com o quinto tempo, a 827 milésimos de Michael Schumacher, da Ferrari, escuderia da Bridgestone, pole position. A Michelin havia disputado uma etapa do Mundial pela última vez em 1984. "Penso que por ser sua primeira corrida, o pessoal da Michelin preparou um pneu para não correr riscos, mas ao mesmo tempo um pouco mais lento", disse Luciano Burti, da Jaguar, melhor colocado da marca francesa no GP da Austrália, com a oitava colocação. Rubens Barrichello, da Ferrari, terceiro em Melbourne, reconhece a superioridade dos japoneses e compreende o desafio da Michelin: "É mais fácil fazer um pneu veloz ganhar maior resistência do que um pneu que se desgasta menos tornar-se mais rápido." Os pneus franceses chegaram em Melbourne com a fama de oferecerem maior autonomia a seus pilotos. A corrida mostrou, contudo, que ao menos lá a Bridgestone foi não só mais veloz como também mais resistente. O piloto que permaneceu mais voltas na pista antes do pit stop foi David Coulthard, da McLaren, time dos japoneses, com 41 voltas. Eddie Irvine, da Jaguar, foi o último da Michelin a substituir os pneus, na 39.ª volta. O GP da Austrália teve 58 voltas. "O que aconteceu no circuito Albert Park, em Melbourne, não pode ser visto como conclusivo nessa disputa dos fabricantes de pneus", analisa Burti. "As características do traçado de rua combinadas com o asfalto bastante escorregadio criaram condições bastante especiais." A marca francesa não teve como simular essa situação na pré-temporada. O piloto disse ter sido informado de que a Michelin já incorporou no modelo de pneu que será usado na Malásia o conhecimento adquirido na sua reestréia na Fórmula 1. "Claro que a vantagem é ainda da Bridgestone, que tem todos os dados da pista, já que correu em Sepang nas suas duas provas, mas acredito numa diferença bem menor para os japoneses." A vantagem da Bridgestone é ainda significativa, conforme pôde se verificar também nos trabalhos dos pilotos mais velozes da corrida. Enquanto Michel Schumacher estabeleceu na 34.ª passagem o melhor tempo da prova, com 1min28s214, a volta mais rápida de um piloto da Michelin ficou com Juan Pablo Montoya, da Williams, 1min29s606, quarta da corrida, marca um segundo e 392 milésimos pior que a do alemão. O calor bastante elevado em Sepang será uma variável nova nessa competição entre Bridgestone e Michelin.

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