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Hakkinen fará "pausa para descanso"

Por Agencia Estado
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Mika Hakkinen, o campeão do mundo de 1998 e 1999, garantiu nesta que não será neste sábado a última vez que disputará a pole position do GP da Itália, em Monza. "Tenho certeza de que daqui a seis meses vou solicitar a Ron Dennis (diretor da McLaren) um teste. Irei parar um ano, não abandonar as pistas." O piloto confirmou nesta sexta-feira a sua saída da equipe no fim do campeonato. O seu sucessor, o também finlandês Kimi Raikkonen, da Sauber, depois de levar nesta sexta-feira o seu maior susto na Fórmula 1, ao se acidentar a 350 km/h, disse: "Estou um pouco surpreso com a velocidade com que realizei o meu sonho de pilotar para a McLaren." Logo em seguida à breve entrevista coletiva programada pela McLaren, com Hakkinen e Raikkonen, o veterano piloto que dia 28 completará 33 anos sentou no motorhome de seu time e, sem policiamentos, começou a falar com um pequeno grupo de jornalistas. "Há anos não sei o que é ficar um mês sem tem de cumprir uma rigorosa agenda de compromissos. Estou cansado." Ele falava como se confessasse: "Fico nove meses por ano fora de casa, faço 200 vôos por ano, e pouca gente tem noção do que é suportar essa pressão por resultados na Fórmula 1." Diante desse quadro, comentou não poder dar, neste momento, tudo de si. "Acho que será bom para nossa equipe essa pausa." A decisão de viver mais perto da esposa Erja e o filho Hugo, de 10 meses, tirou-lhe um peso das costas. Sua postura relaxada ao abordar a questão comprova não haver dúvida do que deseja, ao menos agora. "Tenho uma porta aberta na McLaren. Vou fazer com Kimi agora o que Senna fez comigo em 1993", contou. Naquele ano, ainda bastante jovem e inexperiente, Hakkinen trabalhou como piloto de testes enquanto Senna e Michael Andretti eram os titulares. "Procurarei repassar 100% do meu conhecimento a Kimi. Orgulho-me de ser finlandês ao saber que ele representa o nosso país." Os dois se conheceram na Austrália, este ano. "Nunca havia conversado com Mika", falou Raikkonen. A McLaren é o melhor lugar para Raikkonen se desenvolver como piloto, na opinião de Hakkinen. "Há um pouco se não muito de mim nessa transferência dele para a McLaren." Depois do GP do Japão, sua última corrida nessa fase da carreira, o finlandês já sabe o que irá fazer: "Vou ficar um mês em casa, sem assumir um único compromisso." Os prazeres de uma vida mais pacata, em seguida a tantos anos de agitação intensa, e uma belíssima conta bancária não irão desestimulá-lo a voltar a competir. "Eu me conheço. Aposto que ainda irei alinhar uma McLaren em um GP da Itália, talvez em 2003." O contrato de Raikkonen é de quatro anos, mas o de David Coulthard, que está na McLaren desde 1996, o garante apenas em 2002 no time da Mercedes. Desde a sua estréia na Fórmula 1, no GP dos Estados Unidos de 1991, pela Lotus, Hakkinen disputou 159 GPs. Desses, 129 pela McLaren, de 1993 até a prova de Spa-Francorchamps, na Bélgica, há duas semanas. O GP da Itália é o de número 160 da carreira. Nesse período conquistou dois campeonatos, 1998 e 1999, largou 26 vezes na pole position e venceu 19 provas. Uma das tarefas de Ron Dennis será fazer com que Kimi Raikkonen pronuncie mais de três palavras nas entrevistas. Apesar da súbita mudança provocada na sua vida desde o primeiro teste com a Sauber, há um ano, Raikkonen não fugiu nesta sexta-feira ao velho estilo de responder às perguntas com os ombros. "Não vou morar em Mônaco, como a maioria, mas garanto que sairei de Hinwil (pequena cidade suíça, próxima a Zurique, onde acha-se a sede de sua escuderia, a Sauber.)" Sobre a grande chance da carreira, aos 21 anos, afirmou: "As possibilidades de lutar pela vitória agora serão grandes, espero apenas que a McLaren não tenha tantos problemas como neste ano." Por pouco ele não se fere grave no dia do anúncio da transferência. "Pisei no breque, a 350 k/h, e o pedal foi até o fim", explicou. No início do treino da manhã, no fim da longa reta dos boxes, sua Sauber saiu rodando e passou a centímetros da Minardi de Alex Yoong, estacionada na área de escape. "Na hora nem percebi o enorme perigo. Depois de ver na TV a repetição me assustei, os comissários jamais poderiam deixar aquele carro parado ali."

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