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Hamilton também sofreu com preconceito na China, diz Mosley

Presidente da FIA conta que a atitude foi de torcedores espanhóis, e que medidas serão tomadas em breve

Por Alan Baldwin
Atualização:

Lewis Hamilton, piloto da McLaren, sofreu manifestações racistas por parte de torcedores espanhóis também na China, no ano passado, em caso semelhante ao que aconteceu no recente teste realizado em Barcelona, revelou neste domingo o principal dirigente da entidade que comanda a categoria. Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), disse ao jornal britânico Sunday Times que ele foi informado dos incidentes no Grande Prêmio da China, disputado em outubro ultimo em Xangai, pelo pai de Hamilton. "Anthony Hamilton me disse que havia algumas pessoas na China que também foram terrivelmente preconceituosas; não os torcedores chineses, mas pessoas que vieram da Espanha", disse ele. A FIA advertiu os circuitos e autoridades espanhóis, depois que Hamilton foi insultado pelo público presente no Circuito da Catalunha neste mês, dizendo que o país corre o risco de perder o direito de realizar corridas caso esse tipo de comportamento continuasse. Mosley lembrou aos torcedores espanhóis que eles também podem ser punidos. "Se eles forem à Austrália e fizerem algo parecido, eles podem ser presos e nós saberíamos seus nomes e números de passaporte e eles não conseguiriam entrar em outro país", disse ele. "Nós faremos tudo o que for possível para banir esse tipo de coisa, nós faremos tudo o que for preciso." "Se, como parece ser neste caso", for um número muito pequeno de pessoas envolvido, pode ser que consigamos parar com isso imediatamente", acrescentou ele. "Se não, então apelaremos para as sanções e poderemos tirar o grande prêmio". Um porta-voz da FIA disse que a entidade estava desenvolvendo uma campanha anti-racismo planejada para ser apresentada no começo da temporada, que inicia na Austrália em 16 de março. A provável data de lançamento será o Grande Prêmio da Espanha, que acontecerá em Barcelona em abril. Hamilton, o primeiro piloto negro da história da categoria, tornou-se uma figura odiada na Espanha por conta de sua rivalidade com o seu ex-companheiro de McLaren e bicampeão mundial Fernando Alonso, que agora pilota para a Renault. Alonso reclamou que na última temporada a McLaren favoreceu o estreante de 22 anos, que terminou a temporada vencida por Kimi Raikkonen como vice-campeão, em um desempenho sensacional para um novato. Mosley ficou chocado pela forma com que o racismo atingiu a F-1, dizendo que ele vai contra o cerne da categoria. "Uma das coisas que mais me atraíram para o esporte a motor foi que ninguém ligava para sua origem, raça, gênero ou religião; a única coisa que importava era o quão rápido você era", disse o britânico.

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