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Indy: desorganização marca etapa

Por Agencia Estado
Atualização:

Durante o fim de semana do GP de Monterrey, não faltaram reclamações sobre os atrasos, improvisos e a falta de organização que, em alguns aspectos, marcou a realização desta etapa mexicana da Fórmula Indy. E não é à toa. Hoje, inclusive, uma das pontes que cruzam a pista foi interditada porque os degraus que dão acesso a ela cederam. Para chegar a seus lugares e assistir à prova, os espectadores tinham de atravessar nos intervalos, pela própria pista, quando não havia carros passando. Poucas pessoas sabem, no entanto, que coisas bem piores aconteceram em outras corridas disputadas no país. A Indy tinha estado no México pela última vez em 80 e 81, com duas corridas na Cidade do México, ambas vencidas por Rick Mears. Se hoje os competidores reclamam de poeira na pista e falta de brita nas áreas de escape, naquela época cachorros e torcedores faziam companhia aos pilotos na pista. Houve um que até parou no box para avisar que estava muito perigoso correr. "Eu lembro de um cachorro ter entrado na pista no primeiro dia", conta o norte-americano Bob Sprow, que hoje, aos 48 anos, é chefe de equipe da Patrick e na época era chefe dos mecânicos da Penske: "O controle não era muito bom. E os muros e grades eram baixos." Com anos de experiência em pistas americanas e mexicanas, ele acredita que isso acontece no México porque a polícia não tem moral: "Isso só acontece aqui. A autoridade não é respeitada." Enquanto arrumava com gilete a asa do carro de Roberto Moreno para a corrida de ontem, Bob, que já trabalhou com grandes pilotos como Mario Andretti e Al Unser Sr., lembrou que os mexicanos também não são nada prudentes no rali que acontece anualmente no norte do país. Os espectadores não só ficam colados à trilha, correndo o risco de serem atropelados, como chegam a entrar nela. E deixam para sair correndo quando um carro se aproxima. Bob acha que, comparando com os americanos, "os mexicanos têm um jeito diferente de ver a vida, talvez não tenham muita noção do perigo". O ex-piloto Émerson Fittipaldi costuma contar que nos anos 80, quando a Fórmula 1 tinha uma etapa na Cidade do México, um torcedor pulou a cerca e se aproximou tanto da pista para tirar fotos que a roda do carro passava a cerca de dois metros da cabeça dele. Emerson está em Monterrey com Daniel Pedroso, que trabalha com ele na organização da etapa brasileira, a Rio 200, que seria a próxima corrida da temporada mas foi cancelada devido a desentendimentos com a Prefeitura do Rio. Pedroso disse que teve reuniões com os organizadores, mas não quis dar detalhes sobre a negociação para a volta da categoria ao Brasil. Garantiu apenas que eles estão dispostos a fazer com que isso aconteça e deram um prazo de 60 dias para que se defina um local. No Rio de Janeiro, segundo Pedroso, a prova não será mais disputada. As outras cidades candidatas são Goiânia, Brasília e Paraná.

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