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Indy tenta mudar imagem

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Por Agencia Estado
Atualização:

O cancelamento do GP do Texas, ontem, por falta de segurança para os pilotos, mostra a situação delicada por que passa a Fórmula Indy. A do Texas foi a segunda etapa não realizada em quatro programadas, depois do cancelamento da Rio 200, num ano em que a categoria dá um passo importante rumo à internacionalização, com provas na Europa (Alemanha e Inglaterra). O presidente da Cart, Joseph Heitzler, assumiu em dezembro preocupado em apagar incêndios e manter intacta a imagem da categoria. Agora, levanta a bandeira da segurança. "É frustrante não realizar uma prova, mas a segurança dos pilotos vem primeiro." Um discurso de dar inveja em políticos pela correção e obviedade. Por isso, a Cart não se livra das críticas. No caso texano, a pergunta é por que a prova foi marcada, apesar das dúvidas quanto ao circuito. "Os dirigentes não deveriam ter deixado a situação ir tão longe", disse Bruno Junqueira. A constatação dos danos que a ação da força da gravidade poderia causar se pilotos fossem submetidos por muito tempo a altas velocidades numa pista com inclinação de 24 graus foi feita na prática, com os treinos de sexta-feira e sábado. Mas antes os pilotos já reclamavam da inclinação, das ondulações e da velocidade numa pista de 1,5 milha, com média de 23 segundos por volta. O cancelamento só ocorreu por pressão dos pilotos, mas quase todos preferiram dar os méritos à Cart para não pôr mais lenha na fogueira. "A decisão até aumenta a credibilidade da categoria, pois mostra preocupação com os pilotos", disse o líder Cristiano da Matta. Maurício Gugelmin, presidente da Associação dos Pilotos, que no início da semana passada falou que o oval do Texas era seguro e depois, ao bater no muro a 305 km/h, sem motivo aparente, sentiu o quanto estava errado, também elogiou Heitzler. Para ele, a Cart agora tem um presidente que se preocupa com os pilotos. Gugelmin, que não correria mesmo por causa do acidente, viu de longe a luta dos pilotos para salvarem o pescoço. Heitzler, de 56 anos, um ex-executivo de sucesso de empresas como a rede CBS, sabe que tem o desafio de recuperar a imagem da Indy, abalada até nos EUA. Por isso, prometeu esforçar-se para profissionalizar a categoria. Ele prefere usar a palavra adiamento ao referir-se ao GP do Texas, dando a entender que a corrida poderá acontecer em alguns meses. Mas para isso a Cart terá de mexer no regulamento, alterando a configuração dos carros. Mais um problema delicado a resolver.

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