Os pilotos brasileiros que participam da Indy Racing League estão divididos em grupos distintos quando o assunto é o futuro. Felipe Giaffone, Gil de Ferran e Aírton Daré já têm o contrato renovado com suas equipes - MoNunn, Penske e A J. Foyt, respectivamente. Hélio Castro Neves não definiu nada, mas deve continuar na Penske. Raul Boesel ainda não sabe se ficará na Bradley. E Vítor Meira tem um contrato longo com a Menards, só que não há garantia de que terá um carro em 2003. Da turma dos que já estão definidos, Giaffone é o mais tranqüilo. Este ano, ele não precisou se preocupar com contratos, pois seu compromisso com a MoNunn é de dois anos. "Foi a primeira vez na carreira que assinei por duas temporadas. Isso dá tranqüilidade. Posso me preocupar apenas em guiar o carro." O piloto recorda que, no passado, quando a temporada ia se aproximando no final, ele começava a ficar tenso, por causa da incerteza em relação ao futuro. "E isso se reflete na pista." Desta vez não. Giaffone não tem problema com equipe ou patrocínio e pode, inclusive, trabalhar já pensando em 2003. "Todos os dados que colhemos em uma corrida são guardados e depois usaremos quando voltarmos àquela pista. Fica mais fácil aprimorar as coisas. E o entrosamento com o time também melhora. Por isso, historicamente o segundo ano de um piloto na equipe é melhor." Vítor Meira não tem esse conforto. Não pode reclamar da vida, pois após abandonar a F-3000 européia foi para os Estados Unidos fazer contatos na IRL, acabou ganhando uma chance para testar pela Menards, uma das melhores equipes da categoria, agradou e conseguiu um contrato - estreou no GP de Kentucky. O problema é que pelos termos do compromisso, a equipe tem o direito de tirar o seu carro quando quiser. Não é só: se isso ocorrer, ele pode até acertar com outro time, mas, se a Menards precisar dele, terá de voltar imediatamente. Para evitar ficar a pé, o piloto tem trabalho duplo: "Preciso fazer um bom trabalho dentro da pista e também fora dela, no relacionamento com o pessoal da equipe. Pelo menos até agora o pessoal está gostando de mim, mas tenho de ficar sempre atento." Quem também está na turma dos indefinidos é o experiente Raul Boesel, cujo compromisso com a Bradley se encerra este ano. "Gostaria de ficar aqui, mas eu, mais do que ninguém, sei o quanto as coisas são instáveis", disse Boesel, que não quis revelar se negocia com outras equipes. Mas já deve estar se mexendo.