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IRL: Scheckter impressiona no treino

Tomas, de 21 anos, filho de Jody Scheckter, campeão da F-1 em 1979, foi o mais rápido dos treinos livres desta quinta-feira para o GP de Miami.

Por Agencia Estado
Atualização:

A temporada 2002 da Indy Racing League só vai ter início neste sábado, mas um estreante já começa a chamar a atenção: Tomas Scheckter, um sul-africano de 21 anos. Filho de Jody Scheckter, campeão da Fórmula 1 em 1979, o ?garoto?? parece ter herdado algumas qualidades do pai, como técnica, determinação e ousadia. Ele está sendo um dos pilotos mais comentados da categoria pelo que vem mostrando nas pistas. Nesta quinta-feira, nos primeiros treinos livres para o GP de Miami, Tomas foi o mais rápido do dia, com o tempo de 26s4063 no oval de 1,5 milha de Homestead. Eddie Cheever ficou em segundo (26s5515) e o brasileiro Hélio Castro Neves, da Penske, em terceiro (26s6151). Gil de Ferran, também da Penske, ficou em oitavo (26s7737) e Felipe Giaffone (MoNunn), em 13.º (27s0372). Tomas corre pela Cheever Racing, equipe de propriedade do também piloto Eddie Cheever, apontada como uma das mais fortes da IRL. No ano passado, disputou a F-Nissan japonesa e trabalhou como piloto de testes da Jaguar na F-1. Sem patrocínio, teve de dar uma guinada radical em sua carreira, abrigando-se numa categoria que só corre em pistas ovais. ?Para mim, é uma grande oportunidade. A adaptação aos ovais é difícil, e essa transição (ele correu na Europa e no Japão), complicada. Mas vou fazer de tudo para vencer aqui?, diz o piloto. Nascido em Mônaco em 1980, menos de um ano depois de seu pai ter conquistado o título mundial de F-1 ? ?mas sou sul-africano, como meus pais?, afirma -, Tomas começou a correr aos 12 anos, de kart. Entre 1998 e 2000 correu na Europa, onde disputou a F-Vauxhall inglesa, a F-Open Européia (foi campeão em 1999), a F-3 inglesa e quatro provas da F-3000. No ano passado, sentiu o ?gosto?? de guiar um F-1, mas a experiência não foi suficiente para fixá-lo na categoria. ?Cheguei na Jaguar num momento em que a equipe estava trocando de dirigentes. Isso me prejudicou??, recorda. ?Além disso, lá tem sempre alguém querendo te apunhalar pelas costas. É diferente daqui (na IRL), onde as pessoas são mais amigáveis. Mas foi muito bom poder guiar em F-1.? Ele revela que vai voltar a testar um carro da categoria, este ano. Mas faz segredo sobre a equipe. Tomas teve sua participação na IRL confirmada esta semana, depois que a Red Bull, empresa austríaca de energéticos, decidiu patrocinar o segundo carro da equipe Cheever. Para isso, valeu o empenho de Eddie, que passou vários de seus 44 anos de vida na F-1 e aprendeu a reconhecer jovens talentosos, como o garoto que testou pela primeira vez um carro seu no mês de janeiro. ?Ele é muito bom??, resume Eddie. ?A adaptação de Tomas aos ovais é impressionante. Ele fez seu primeiro treino em Las Vegas. Logo depois, foi para Fontana e, no seu segundo dia em um oval, foi o mais rápido entre 24 pilotos. É espantoso??, completa Richard Caron, dirigente da Cheever. Tomas é de uma família de pilotos. Além do pai, seu tio Ian Scheckter correu na F-1 nos anos 70 e o primo Jaki foi campeão da F-Barber Dodge norte-americana. No entanto, eles não participam ativamente da carreira da mais jovem revelação da família. Jody, por exemplo, hoje é fazendeiro na África do Sul e raramente fica longe de sua propriedade. ?Ele fica satisfeito por eu correr. Mas normalmente se limita a ligar e perguntar como me saí. Não me pressiona. Aliás, não sinto pressão por seu filho de um campeão?, garante Tomas. O contrato de Tomas com a Cheever é de um ano, com opção para renovação. ?Vai depender dos resultados?, admite o piloto, que lista entre seus principais adversários na temporada os brasileiros Gil de Ferran e Hélio Castro Neves, da Penske, e Felipe Giaffone, na MoNunn. ?Só espero que eles não fiquem na minha frente?, brinca. Eddie Cheever contratou Tomas Scheckter mas não gostou muito de ser superado pelo garoto no treino desta quinta-feira. ?Ele foi bem, mas ainda tem muito a fazer. Corrida é outra coisa.? Helinho achou o treino produtivo. No entanto, reconhece que é difícil superar os carros da Cheever, que correm com motores Infiniti (a Penske utiliza o Chevy). ?Os Infiniti estão bem forte e aqui o motor conta bastante.? Gil de Ferran disse que andou o tempo todo com configuração de corrida. ?Para o primeiro dia, está bom.? Cheever também está incomodado com a chegada da Penske na IRL. ?É uma equipe forte, mas não vai ter moleza. Não temos de pensar só neles.? Nesta sexta-feira, ocorrem os treinos que definem o grid para o GP de Miami, que tem largada prevista para as 15 horas de amanhã (horário de Brasília). Na sessão classificatória, os pilotos vão à pista um a um. A ordem de entrada na pista é definida por sorteio.

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