Jordan é criticado por demissão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da sua ausência no circuito, Eddie Jordan, o irlandês proprietário da equipe Jordan, recebeu acusações de todos os lados na Fórmula 1 por ter dispensado Heinz-Harald Frentzen dois dias antes do GP da Alemanha. Amanhã começam o treinos livres no veloz circuito de Hockenheim. "Não estou surpreso, Eddie tem duas faces. Quando meu irmão corria para ele, soube de casos absurdos", afirmou Michael Schumacher. "Frentzen está profundamente irritado com o que aconteceu e viajou para a Espanha", disse o assistente de seu empresário, Monte Field. Até o momento em que os pilotos entrarem nos seus carros para iniciar a disputa da 12ª etapa da temporada, com toda certeza o drama de Frentzen dominará as conversas no paddock. "Eddie também se aproveitou de uma situação com Ralf para negociar em vantagem comigo", lembrou Michael. Ele referia-se ao final de 1996, época em que, para Ralf poder iniciar sua carreira na Fórmula 1 pela Jordan, em 1997, teve de pagar a Eddie cerca de US$ 1 milhão. O dono da Jordan estava brigando na Justiça para ser indenizado por Michael. O atual piloto da Ferrari disputou seu primeiro GP de Fórmula 1 pela Jordan, na Bélgica, em 1991, e depois transferiu-se para a Benetton já na prova seguinte, em Monza. Eddie só aceitaria Ralf na Jordan se Michael lhe indenizasse. A Mercedes havia pago US$ 237 mil para Michael, seu piloto na época, estrear na Fórmula 1 e o compromisso não previa outras participações, de forma que o dono da Jordan não tinha direito algum sobre o futuro de Michael. A história foi contada pelo próprio piloto alemão, mas sem citar valores. "É bom saber que Eddie age assim. No nosso próximo contrato, que estamos definindo, as cláusulas rescisórias serão muito bem estudadas", comentou Lucio Cavuto, empresário do outro piloto da Jordan, o italiano Jarno Trulli, outro crítico do irlandês. Depois de abandonar a prova de Nurburgring, pela enésima quebra do equipamento, afirmou: "Eu não sei onde Eddie coloca o seu dinheiro." Ralf correu pela Jordan em 1997 e 1998. "Eu também tive muitos problemas com Eddie quando trabalhamos juntos", lembrou. "Tenho ouvido rumores de que Frentzen negocia com outro time. Acho que será uma opção bem melhor para ele", avaliou Ralf. Apesar dos desmentidos do diretor da Toyota, Ove Andersson, hoje ainda o piloto alemão pode ser o companheiro de Mika Salo na escuderia japonesa no próximo Mundial. Outra história que ganhou força no paddock de Hockenheim, com o caso Frentzen, envolvia várias transferências. A vaga de Frentzen na Jordan, já no GP da Hungria, dia 19 de agosto, seria ocupada por Jenson Button, atual piloto da Benetton, onde faz péssimo trabalho e o descontentamento de Flavio Briatore, o diretor executivo, é grande. A Benson and Hedges, principal patrocinador da Jordan, quer, com a saída de Frentzen, um piloto inglês na equipe. O lugar de Button na Benetton ficaria com o jovem e talentoso espanhol Fernando Alonso, hoje na Minardi, enquanto o seu carro iria para o malaio Alex Yoong, que até testou semana passada, em Monza, com a escuderia italiana. Outro hipótese levantada por pilotos e dirigentes implicava a estréia do veloz japonês Takuma Sato na Fórmula 1. Ele lidera com folga o difícil Campeonato Britânico de Fórmula 3 e deve ser o campeão. Sato tem apoio total da Honda, que fornece motores para a Jordan e a BAR. A Honda poderia estar pressionando Eddie Jordan a ficar com seu piloto, já que hoje a BAR confirmou Jacques Villeneuve e Olivier Panis como sua dupla para 2002. Nos próximos dias, conforme o próprio irlandês afirmou quarta-feira em seu comunicado, haverá a definição do caso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.