Julgamento da Ferrari é incógnita

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Celebrada a festa pela merecida vitória no GP da Europa, domingo, Rubens Barrichello, Michael Schumacher e Jean Todt, o diretor-esportivo da Ferrari, concentram suas atenções agora no Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Nesta quarta os três vão estar em Paris, atendendo à convocação da entidade para explicar "a marmelada" no GP da Áustria. O fato de a Ferrari não ter ordenado que Barrichello desse passagem a Schumacher em Nurburgring pode ser o atenuante que a FIA buscava para não punir a equipe. O sócio e diretor da McLaren, Ron Dennis, acabou por traduzir nesta segunda, na Inglaterra, o pensamento de muita gente de dentro e de fora da Fórmula 1: "Eles agiram tendo em mente o julgamento da FIA", disse. "O encontro com o Conselho está próximo e eles acreditam que ao permitir a vitória de Rubens deixaram a FIA satisfeita", expressou o dirigente. "O que parece até lógico." E pode mesmo ser que diante da nova imagem de isenção repassada no circuito alemão Bernie Ecclestone, promotor da Fórmula 1, e Max Mosley, presidente da FIA, no fundo quem define qual a punição a ser adotada, tenham encontrado o argumento que necessitavam para uma reprimenda em vez da inversão de posição dos pilotos da Ferrari no resultado do GP da Áustria, conforme se espera. Se o tribunal discutisse tudo o que se passou em Spielberg em termos jurídicos e não políticos, o comportamento da Ferrari no GP da Europa não mudaria em nada a sentença. A possibilidade de uma punição está muito mais relacionada à desobediência de seus pilotos no procedimento do pódio da Áustria, este sim explicitado no regulamento, que na troca de colocações entre Barrichello e Schumacher, pouco antes da linha de chegada. O comportamento da Ferrari feriu, é verdade, "os interesses do esporte", como prevê a regra, mas é uma acusação vaga e há inúmeros casos de situações semelhantes vividas pela Fórmula 1, até mesmo recentemente, ainda que sem a exposição do ocorrido em Spielberg. Até antes de Todt "permitir" Barrichello vencer, domingo, a inversão de posições no resultado do GP da Áustria, pelo Conselho Mundial, era dada como certa na Fórmula 1. Agora, há um "fato novo" e que se utilizado pela FIA para mudar a sentença jogará por terra o pouco que se construiu no GP da Europa para dar maior credibilidade ao Campeonato Mundial, acalmando assim investidores que despejam milhões de dólares no negócio. Título - A chances são apenas matemáticas, mas existem: Schumacher ser campeão já no GP da França, dia 21, etapa seguinte à próxima da temporada, o GP da Grã-Bretanha, dia 7 em Silverstone. O alemão da Ferrari teria de vencer as duas provas, até provável, e torcer para nenhum piloto atingir mais de 35 pontos na classificação. Hoje Ralf Schumacher, da Williams, está em segundo, com 30. Schumacher chegaria a 96 pontos, 76 atuais mais 20 pelas duas primeiras colocações. A diferença dele para quem chegar a 35 seria de 61 pontos e haveria em jogo apenas mais 60 pontos das 6 etapas restantes da temporada. Poucas vezes na história da Fórmula 1 uma equipe dominou tanto a competição como a Ferrari este ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.