A lama por causa das intensas chuvas atrapalharam os pilotos do Rali Paris-Dacar, que realizaram nesta sexta-feira a segunda etapa da competição, a primeira que contou pontos para classificação. Mesmo com as péssimas condições das estradas, que cancelaram a disputa entre os caminhões, os brasileiros Klever Kolberg/Lourival Roldan, na categoria carros, e Jean Azevedo, nas motos, conseguiram completar o percurso e terminaram na 14ª e 27ª posições, respectivamente. O desafio dos pilotos nesta sexta-feira foi o de percorrer 25 quilômetros da "Especial? (trecho da prova cronometrado), que somados aos deslocamentos totalizaram 563 quilômetros, entre a cidade francesa de Narbonne e a espanhola Castellón. A decisão de cancelar a etapa para os caminhões ocorreu após o buggy de Claude Arnoux bater e bloquear a pista. Para não atrasar a disputa, a organização do Paris-Dacar ainda optou por considerar somente o tempo dos 47 primeiros pilotos que cruzaram a linha de chegada com seus carros. Os demais competidores terão computado o tempo médio dos cinco últimos a chegar. Apesar das má condições, os brasileiros conseguiram boa performance. Klever Kolberg, que havia terminado em 28º no "prólogo? (tomada de tempos) de quinta-feira, lamentou a escolha errada dos pneus, que prejudicou seu desempenho. "Pedi para a equipe colocar o pneu para barro, mas os mecânicos acharam que deveríamos usar o de pedras. Quem largou com pneu de barro se deu bem", contou o piloto, que chegou a bater em uma árvore, quebrando apenas o retrovisor e arranhando a lataria, depois de perder o controle do carro. O vencedor nos carros foi o espanhol Jose Maria Servia. Nas motos, com uma KTM de 700 cilindradas, Jean Azevedo conseguiu se recuperar e saiu da 120ª para a 27ª posição. "O circuito tinha muito sobe-e-desce, bem sinuoso. Mas consegui ir bem e ultrapassei vários pilotos", disse o brasileiro. O francês David Frétigné, com uma Yamaha 450WR 2WD, foi o primeiro na categoria. A Especial da terceira etapa está prevista para neste sábado e será curta, com apenas 9 quilômetros, porque os pilotos terão de enfrentar um total de 822 quilômetros de deslocamento, da cidade espanhola de Castellón até Tanger, no Marrocos, já no continente africano.