Liberty Media propõe redução de custos na F-1 e exibe lista de mudanças para 2021

Alterações visam tornar categoria mais competitiva e dar protagonismo aos pilotos, mas equipes ricas podem reclamar

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Por Redação
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O Liberty Media, grupo norte-americano que se tornou proprietário da Fórmula 1 em 2016 após um negócio bilionário, segue trabalhando para promover mudanças significativas no cenário da categoria que esteve por quatro décadas nas mãos de Bernie Ecclestone. Nesta sexta-feira, por meio de um comunicado divulgado no site oficial da F-1, os novos chefes da elite do automobilismo anunciaram uma série de propostas e mudanças que poderão ser implementadas a partir da temporada de 2021.

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Este tema foi tratado durante reunião ocorrida no Circuito Internacional do Bahrein, que será palco da segunda etapa do calendário deste ano, neste domingo, em Sakhir. E entre as propostas reveladas está a de estabelecer um teto de gastos e ajudar os engenheiros das equipes a produzirem motores mais baratos e também mais barulhentos. Este último objetivo está diretamente ligado ao objetivo de melhorar a qualidade do espetáculo, o que os norte-americanos sabem fazer com competência em diversas modalidades de competições de primeiro porte nos Estados Unidos, como por exemplo a NBA, a liga de basquete mais importante do planeta.

Chase Carey, CEO da Fórmula 1 Foto: Hamad I Mohammed / Reuters

Após adquirir a Fórmula 1 em um negócio de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 26,5 bilhões na cotação atual), oficializado em setembro de 2016, o grupo Liberty Media começou a administrar a categoria no ano passado. E nesta sexta-feira, o diretor de automobilismo da F-1, Ross Brawn, apresentou os planos dos novos proprietários que só poderão ser implementados em 2021 porque as regras atuais, respaldadas pelo chamado Pacto de Concórdia, só vão expirar ao final do campeonato de 2020.

"A Fórmula 1 é um esporte com uma história rica. Queremos preservar, proteger e melhorar essa história, liberando o potencial da F-1, colocando nossos fãs no centro de um esporte mais competitivo e emocionante", afirmou o CEO da categoria, Chase Carey, ao justificar nesta sexta-feira os motivos para as mudanças propostas.

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"Somos movidos por um desejo: criar a marca esportiva líder mundial. Focada nos fãs, comercialmente bem-sucedida, lucrativa para nossas equipes e com a inovação tecnológica em seu coração", completou o dirigente.

Os proprietários da Fórmula 1 visam colocar em prática um sistema de governança mais simplificado entre equipes, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a própria nova direção. Os times que formam o grid da elite máxima da velocidade, porém, ainda precisam concordar com estas propostas, sendo que a Mercedes e a Ferrari já expressaram preocupação anteriormente com os rumos que a F-1 vinha tomando.

Entre as propostas anunciadas nesta sexta-feira estão, além da produção de motores mais baratos, barulhentos e potentes, promover medidas para tornar estes propulsores mais confiáveis e consequentemente com menos quebras que acabam acarretando punições com perda de posições no grid de largada das corridas do calendário. A nova direção da categoria também espera que, com isso, possa abrir portas para novas equipes que poderiam ingressar no campeonato sem o temor de se verem obrigadas a gastarem muito para produção de unidades de potência.

O chefe da Mercedes, Toto Wolff, afirmou anteriormente que os times do grid deveriam superar as suas diferenças em um momento no qual a Ferrari, mais tradicional equipe da história da F-1, chegou a admitir a possibilidade de deixar a categoria. Recentemente, o presidente da escuderia italiana, Sergio Marchionne, se posicionou contra a simplificação dos motores e uma redistribuição das premiações, que para muitos poderia ser mais justa.

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Apesar disso, os novos donos da categoria querem que os motores utilizados a partir da temporada de 2021 possuam "alguns elementos padronizados" e também esperam "aumentar as ultrapassagens por meio de um novo projeto para os carros". "A tecnologia deve seguir ditando o caminho, mas a habilidade do piloto deve ser predominante para a performance final do carro", ressaltou um trecho do comunicado divulgado nesta sexta.

A nova administração ainda não apresentou valores que seriam estipulados dentro desta política de redução de custos, mas deixou claro que espera nivelar a distribuição de receitas, de "forma mais equilibrada" e "baseada na meritocracia", sem levar em conta o maior prestígio de algumas equipes em relação a outras consideradas menores.

Já no que diz respeito ao espetáculo, os proprietários da F-1 admitiram que os times seguirão livres para desenvolver projetos aerodinâmicos, de suspensão e de motores para os carros, mas eles pretendem padronizar algumas peças "não relevantes" dos monopostos aos olhos dos fãs. Eles também lembraram que os torcedores também esperam por corridas menos previsíveis e com um maior número de equipes e pilotos na briga pelas vitórias. Nas últimas temporadas, a Mercedes vem impondo um domínio sobre os rivais e só tem sido ameaçada de alguma forma pela Ferrari e pela Red Bull.

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Estas propostas foram anunciadas em uma sexta-feira na qual a pista de Sakhir recebe os primeiros treinos livres para a segunda etapa desta temporada da Fórmula 1. A sessão qualificatória para o grid do GP do Bahrein está marcada para o meio-dia (horário de Brasília) deste sábado, enquanto a corrida terá sua largada às 12h10 de domingo.

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