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Massa cria nova categoria para formar pilotos no Brasil

É a Fórmula Future Fiat, categoria de monopostos para quem sai do kart, com modelo parecido com o F-2

Por Livio Oricchio
Atualização:

Nesta segunda-feira, em Miami, Felipe Massa terá uma consulta com o médico americano Steve Olvey, que é neurologista da Fórmula Indy e tem bastante experiência em atender pilotos que sofreram impactos violentos, como aconteceu com o brasileiro. Mas na quarta ele já estará de volta a São Paulo, onde tem outro compromisso importante: vai apresentar ao público a Fórmula Future Fiat, categoria de monopostos que está criando para formar jovens de talento no automobilismo brasileiro. "O Brasil precisa fazer alguma coisa para criar uma categoria-escola a fim de receber os meninos que saem do kart. Há o risco de não existir mais renovação de pilotos", costumava dizer Massa nos últimos tempos. Desde o fim da Fórmula Renault, em 2006, quem sai do kart tem como única opção real de monoposto carros com os pneus expostos, a Fórmula 3, mas o salto é muito grande. Como ninguém se mexeu para preencher esse espaço no automobilismo brasileiro, o próprio Massa tomou a iniciativa.O evento vai se chamar Racing Festival. Junto do campeonato da categoria de monopostos destinada a formar jovens de talento, haverá o Trofeo Linea, com o modelo Linea da Fiat e motor de 215 cavalos. Massa não conduzirá pessoalmente o negócio, em razão dos seus compromissos profissionais com a Ferrari na Fórmula 1, mas é o idealizador e o padrinho da competição. Seu irmão Dudu, seu pai Luis Antonio e o empresário Carlos Romagnoli irão comandar o desafio.O objetivo da Fórmula Future Fiat é oferecer o mesmo equipamento e condições para todos os pilotos, a fim de selecionar realmente os mais capazes. "Se o Felipe na sua época de kartista tivesse à disposição uma competição como essa, teria sido mais fácil dar sequência a sua carreira", diz Dudu. "Estamos entusiasmados com a possibilidade de oferecer algo em que o piloto precise apenas do capacete, macacão e de um investimento não elevado, em termos de automobilismo, para começar. O restante é por nossa conta", explica Luis Antonio.O modelo do evento é semelhante ao da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para a Fórmula 2, criada neste ano. Não há equipes. Os organizadores disponibilizam o carro, um mecânico e alguns engenheiros conversam com todos os pilotos para compreender o que desejam modificar no acerto. "O carro é bastante avançado, produzido pela Signatech, da França, com motor Fiat de 150 cavalos. Dá para aprender bastante", comenta Dudu.O calendário de 2010 prevê seis etapas duplas. Uma corrida no sábado, com cerca de 35 minutos de duração, e outra no domingo, um pouco mais curta, e com o grid entre os oito primeiros colocados invertido, a exemplo da GP2 - o vencedor do sábado larga em oitavo e o oitavo, na pole position. Uma temporada na Fórmula Future Fiat custará entre R$ 250 mil e R$ 300 mil, menos da metade do necessário para iniciar a carreira na Europa. "Um menino de 16, 17 anos que sai hoje do kart, com seus 32 cavalos, tem duas opções: ir para a Europa ou permanecer no Brasil e competir na avançada Fórmula 3, com seus 230 cavalos, muito válida, mas me parece um pulo muito grande", comenta Massa. "É preciso ter alguma coisa entre um e outro carro de corrida."O piloto brasileiro da Ferrari tomou pessoalmente a iniciativa de criar essa competição. "Acredito nesse formato, 100% escola. As condições serão as mesmas para todos e o equipamento disponibilizado é moderno, de ponta", revela Massa. Na sua visão, é a maneira correta de se evoluir no esporte. "Quando os pilotos forem para o exterior, terão uma base mais apropriada com a realidade que encontrarão por lá."

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