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Massa e Nasr admitem preocupação com proposta de privatizar Interlagos

Pilotos tratam ideia do prefeito eleito João Doria com cautela

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Atuais representantes do Brasil na Fórmula 1, Felipe Massa e Felipe Nasr mantêm a cautela diante da proposta de privatização do Autódromo de Interlagos, mas não escondem a preocupação com uma eventual mudança na gestão do circuito de São Paulo, sede tradicional do GP do Brasil de F-1 há 34 edições - neste domingo receberá a etapa da competição pela 35ª vez.

A discussão sobre a possível privatização do circuito surgiu durante a campanha eleitoral, a partir das propostas do então candidato João Dória, que venceu a eleição e se tornará o novo prefeito da capital paulistana a partir do dia 1º de janeiro. Após a vitória, Dória não revelou detalhes da proposta de privatização. Comentou apenas que a venda do autódromo e do Anhembi renderia cerca de R$ 7 bilhões aos cofres da cidade.

Massa quer que espaço continue sendo utilizado para corridas Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Cauteloso sobre a questão, Massa diz que gostaria de conversar com o novo prefeito sobre a proposta. "Quero ouvir as ideias dele antes de responder sobre algo que não faço ideia de como será", disse, ao ser questionado sobre o tema. "Se a privatização acontecer para o bem do circuito, sou completamente a favor. Agora, se for privatizado para virar outra coisa, como aconteceu com o autódromo do Rio de Janeiro, aí eu não sou a favor", ponderou.

O piloto da Williams, que deixará a F-1 ao fim da temporada, se refere ao autódromo de Jacarepaguá, que foi desativado e demolido em 2012 para dar lugar a obras da Olimpíada do Rio de Janeiro. O circuito tinha grande história no automobilismo brasileiro, sendo sede de dez edições do GP do Brasil, nas quais contou com o domínio do francês Alain Prost - dono de cinco vitórias, o piloto era conhecido como "Mister Rio".

Uma das preocupações dos pilotos é na possibilidade de o automobilismo deixar de ser prioridade em Interlagos. Se for privatizado, o autódromo poderia se tornar sede constante de shows e outros eventos, o que poderia trazer danos ao próprio traçado. Em shows, por exemplo, caminhões usam a pista para auxiliar na logística, causando distorções no asfalto, impróprio para veículos mais pesados.

"Não vejo por que ter que mexer em alguma coisa", afirma Felipe Nasr. "Interlagos é um marco tão grande na história do Brasil na F-1. E perder um circuito tão conhecido, tão famoso, tão popular seria muito ruim. Espero que isso não aconteça. Isso aqui agrada todo mundo. Todos os pilotos falam super bem desta pista."

A privatização também preocupa os organizadores do GP brasileiro. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o promotor da prova, Tamas Rohonyi, afirmou que espera se encontrar com o prefeito eleito, João Dória, na corrida deste domingo. "Gostaria de conhecê-lo, por isso o convidamos para o GP. Bernie Ecclestone [chefão da F-1] está aqui, a imprensa também. Seria oportunidade perfeita para ele mostrar sua postura quanto à corrida", afirma Rohonyi.

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