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Michael Masi deixa a FIA, sete meses após decisões polêmicas no GP de Abu Dhabi da F-1

Federação confirma nesta terça-feira que ex-diretor de provas da categoria não faz mais parte do quadro da entidade

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Por Redação
Atualização:

Exatamente sete meses após tomar decisões polêmicas no GP de Abu Dabi de Fórmula 1, o australiano Michael Masi deixou a Federação Internacional de Automobilismo ( FIA) nesta terça-feira. Ele havia sido substituído no cargo de diretor de provas em fevereiro e estava sem função na entidade desde então.

"A FIA confirma que Michael Masi decidiu deixar a FIA para voltar à Austrália para ficar mais perto da família e assumir novos desafios", informou a entidade, em comunicado. A federação exaltou a postura profissional e a dedicação de Masi, que havia assumido a função de forma repentina, diante da morte de Charlie Whiting, um dos mais experientes que já passou pelo cargo.

Michael Masi não faz mais parte do quadro da FIA, após polêmicas na última temporada. Foto: David Davies/AP

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Masi assumiu a função no início da temporada 2019 e enfrentou dificuldades diante da forte pressão de algumas equipes, como Red Bull e Mercedes, principalmente devido à rivalidade entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, uma das mais fortes da F-1 nos últimos anos.

A disputa entre os dois pilotos alcançou o auge no GP de Abu Dabi do ano passado, a corrida final da temporada, que decidiu o campeonato. Na ocasião, Masi tomou decisões polêmicas que acabaram favorecendo o piloto holandês, que faturou seu primeiro título mundial da carreira na F-1.

Naquela prova, Hamilton liderava com folga a poucas voltas do fim, seguido por Verstappen. O título parecia encaminhado até que o canadense Nicholas Latifi sofreu um acidente, o que exigiu a entrada do safety car na pista. A grande polêmica da corrida aconteceu na retomada das disputas.

Masi decidiu pela saída do safety car, contrariando as regras, que preveem que a corrida deveria ter sido finalizada com o carro de segurança, diante das circunstâncias. Além disso, o diretor de provas ordenou que todos os retardatários que estavam entre Hamilton e Verstappen ultrapassassem o inglês para recompor o grid.

A decisão surpreendeu porque se restringiu somente a cinco pilotos. O esperado é que ele liberasse todos os retardatários ou nenhum deles. A ordem acabou colocando Verstappen na cola de Hamilton na relargada, o que beneficiou o holandês e não somente porque a diferença entre eles foi reduzida para menos de um segundo. Logo na entrada do safety car, Verstappen havia colocado pneus novos, se colocando em posição vantajosa para superar Hamilton assim que a corrida fosse liberada. E foi exatamente o que aconteceu, com o holandês fazendo a ultrapassagem decisiva na última volta da prova.

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A série de decisões controversas gerou rápida resposta da Mercedes, que apelou à própria FIA para reavaliar as ordens no GP de Abu Dabi. Após longa investigação, a entidade concluiu que Masi havia cometido "erro humano", mas sem má fé. E manteve o resultado e o emprego do australiano, que acabou deixando o cargo, substituído por Niels Wittich e Eduardo Freitas.

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