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Michelin ameaça sair se a Fórmula 1 mudar

Por Agencia Estado
Atualização:

As propostas do presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley, para mudar radicalmente a Fórmula 1 a partir de 2006 foram aprovadas, pelo menos neste primeiro momento, por quase todos os envolvidos com a categoria. Mas já apareceu quem torceu o nariz. É a Michelin, que não concorda com a idéia de monopólio de fornecimento de pneus. A empresa francesa já avisou que vai "cair fora? se a entidade mantiver sua posição. O pacotão de Mosley - prevê alterações radicais, como a redução da potência dos motores, a adoção de central única de gerenciamento eletrônico e o fim de recursos como o controle de tração, a redução do peso mínimo dos carros e a proibição do uso de carro reserva, entre outras - certamente será o principal assunto deste fim de semana no GP da Espanha. Até porque, dentro da pista, a temporada tem se resumido ao monôtono domínio de Michael Schumacher. No paddock do circuito da Catalunha o assunto será a "nova Fórmula 1?. Já está agendada, inclusive, reunião entre os diretores das sete montadoras que participam atualmente da categoria (Ferrari, BMW, Renault, Toyota, Honda, Mercedes-Benz e Ford) para discutirem se passarão a utilizar um motor V8 de 2,4 litros, como propõe a FIA, ou mantêm o V10 de 3,0 litros. A objetivo de Mosley ao elaborar o "pacotão? é aumentar a competitividade (ou trazê-la de volta, como preferem alguns), além de cortar no mínimo pela metade os custos da categoria. Medidas, claro, que agradaram em cheio os donos de equipes, que se reuniram terça-feira com o dirigente inglês, em Mônaco. "Fiquei otimista, todos estão unidos no objetivo de reduzir custos??, festejou Eddie Jordan, dono da Jordan, equipe que vive com o caixa vazio. Flavio Briatore, da Renault, também gostou do que ouviu. "Não houve argumentos para as questões. É um sinal positivo.?? Mas a Michelin, que divide com a Bridgestone o fornecimento de pneus na categoria, não gostou da parte que lhe tocará no pacotão (a FIA propõs, e as equipes concordaram, abrir concorrência para que seja escolhido um único fornecedor a partir de 2006). "Nossa intenção no automobilismo sempre foi o de provar que somos melhores do que nossos concorrentes. Se ocorrer uma mudança, isso não será mais possível para nós??, reclamou o francês Pierre Dupasquier, diretor esportivo da Michelin. A Bridgestone, por outro lado, aprovou a proposta do monopólio e demonstrou interesse em se manter na categoria. "Queremos continuar aqui?, disse o diretor técnico da fábrica japonesa, Hirohide Hamashima. Boa idéia! - E os pilotos, o que acham? Eles certamente deve falar sobre o assunto a partir desta quinta-feira, em Barcelona. Mas o brasileiro Felipe Massa, da Sauber, já se antecipou: é favorável às mudanças. "Concordo com quase todas as decisões. A adoção de um só fornecedor de pneus vai eliminar certas distorções que decidem corridas. Vai ser igual para todos. E, por mim, o motor V10 seria trocado pelo V8. No ritmo atual, os motores chegarão a 2006 passando dos 900 cavalos. É muita coisa.?

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