BERLIM - O chefe da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, elogiou a volta de Michael Schumacher às pistas da Fórmula 1 para substituir o piloto brasileiro Felipe Massa, em entrevista ao jornal
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Ele explicou que soube do acidente de Massa pela televisão e enquanto falava por telefone com Bernie Ecclestone, que, segundo ele, ficou atônito. "Vai mostrar um excelente rendimento. Um Michael Schumacher não pode dirigir devagar", diz, e lembra que Juan Manuel Fangio foi campeão do mundo com 46 anos.
Apesar de sua Ferrari não ser o melhor carro, afirmou, Schumacher é um "tipo vencedor" e, portanto, pode ganhar. Mosley confirmou ainda que em outubro não tentará a reeleição para o cargo, que detém desde 1993, e disse que o melhor candidato para isso era Jean Todt, ex-chefe da Ferrari.
ORGIA
Max Mosley negou que a orgia da qual participou com supostos uniformes de campos de concentração e símbolos hitlerianos tivesse conteúdo nazista. A entrevista fazia parte de um acordo pelo qual o jornal evitou ser processado pelo executivo.
"Não tinha absolutamente nada a ver", afirmou ao jornal ao ser perguntado pelas fotos. Ele insistiu em que os uniformes não eram verdadeiros, e sim jaquetas e outras peças compradas em um armazém, e disse que só esporadicamente fala alemão.
"Se não me chamasse Mosley, ninguém diria que tinha algo a ver com os nazistas", afirmou sobre as imagens, publicadas por diversos tabloides britânicos e também pelo
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Na entrevista, Mosley fala do pai, o líder fascista britânico Oswald Mosley, de quem diz que efetivamente antes da Segunda Guerra Mundial defendia essas ideias, mas que, após o confronto, o fascismo deixou de ser interessante para ele.
Ele explica que quando era jovem participava de manifestações racistas, porque "então se pensava que as raças deviam se separar", e ressaltou que isso tem muitos anos e que, enquanto isso, a experiência revelou que não é assim.
"Por exemplo, com [o presidente americano, Barack] Obama. Tem uma mãe europeia e um pai africano. E está perfeitamente claro que é um homem capaz", afirmou na entrevista de página inteira no jornal alemão.
Ao
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, o chefe da FIA pedia 1,5 milhão de euros de indenização. O jornal
Süddeutsche Zeitung
informou na sexta-feira que a ação ficou liquidada com uma doação de 200 mil euros a uma organização beneficente, além da publicação da entrevista.
Após o escândalo das orgias, Mosley ganhou um processo por invasão da privacidade contra o
News of the World
e depois estendeu as medidas legais a veios de comunicação de Alemanha, Itália e França.
O presidente da FIA, casado e com dois filhos, admitiu que por anos tinha mantido relações sadomasoquistas com prostitutas, mas negou que tivessem conotações nazistas.